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Nº 21.596 - "Requião: Com a Constituição de 88 destruída, terminou a era da conciliação de classes"

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11/06/2017

Requião: Com a Constituição de 88 destruída, terminou a era da conciliação de classes


Do Viomundo - 08 de junho de 2017 às 18h47
   


Nosso Pacto de Moncloa foi rasgado: sem recuos, levantemos outro Pacto mais democrático, popular e nacionalista

por Roberto Requião*

Quando as ditaduras em Portugal, Espanha, Grécia desmoronaram e, na sequência, começaram a ruir também as ditaduras latino-americanas, uma das referências para o restabelecimento das relações sociais e políticas nos países emergentes do arbítrio foi o Pacto de Moncloa, na Espanha.

No Brasil, o nosso pacto de retorno às instituições democráticas foi a Constituição de 88. A Constituição Cidadã buscou firmar um contrato de convivência democrática, civilizada, introduzindo na Carta direitos e garantias sociais que fossem esteios para a construção de um país menos impiedoso, menos inclemente e menos insensível para com o seu povo.

É claro, não criamos o melhor dos mundos, mas já era alguma coisa em um país campeão de desigualdades sociais.

As classes dominantes, tendo o tal do “Centrão” como o seu braço, fizeram de tudo para restringir o contrato.

Ainda que os avanços tenham sido modestos, logo a seguir, inicia-se o lento e implacável trabalho de sabotagem para frustrar toda iniciativa para a regulamentação de inúmeros artigos da Constituição.

Por exemplo, um dos direitos de que tratou a Constituição de 88, foi o direito à informação, o acesso democrático aos meios de comunicação.

Para exercê-lo, seria indispensável que se garantisse o direito de resposta, o direito do cidadão de repor a verdade dos fatos quando distorcida, manipulada.

Pois bem, apenas 28 anos depois este Congresso regulamenta este artigo da Constituição.

Essa persistente devastação, esse assolamento aplicado do nosso pacto pós-ditadura, acelera-se e completa-se hoje com as ditas reformas, a trabalhista e a previdenciária. E intensifica-se com o desmonte do SUS, o maior sistema público de saúde das Américas; exacerba-se com as desastrosas intervenções na área educacional pública, intervenções orientadas por preconceitos ideológicos; e precipita-se com as medidas que atentam contra a soberania nacional sobre os mares, os ares, as terras, as florestas, o subsolo.

Enfim, em todas as frentes, o retrocesso. É a pá de cal sobre uma tentativa de conciliação dos interesses de classe e das contradições entre as classes.

Desfaz-se, assim, o acordo, a composição para a proteção social dos trabalhadores urbanos e rurais, dos pobres, dos mais idosos, das crianças e das mulheres.

As classes dominantes triunfaram, o Pacto da Constituição de 1988 liquefez-se, derreteu. No andar das coisas, não há como salvar dedos ou anéis.

Pacto desfeito, vamos urdir um novo pacto.

Primeiro, devemos dizer adeus, dispensar as ilusões.

É um devaneio e um logro achar que é possível qualquer trato sério, com as classes dominantes, isto é, com o grande capital nacional e transnacional, e com o mercado financeiro e seus aliados, especialmente a mídia comercial e monopolista.

Identificado o adversário, vamos reunir os nossos.

Os nossos são as classes e os setores de classe desvinculados dos interesses da globalização financeira e da financeirização das atividades econômicas nacionais. Os nossos são o capital produtivo e o trabalho. Os nossos são os valores nacionais, populares e democráticos.

Do lado de cá, estão os operários, os agricultores, a classe média baixa, os extratos intermediários da classe média, os funcionários públicos, os professores, os bancários, os empregados no comércio e nos escritórios, os profissionais liberais, os estudantes, os religiosos.

Enfim, os nossos são todos aqueles desvinculados do grande capital, da financeirização que esteriliza a produção, mata os empregos, faz murchar a demanda, arrefece o ânimo e estiola a iniciativa dos empresários.

A batalha que hoje empreendemos contra as reformas, o desmonte do Estado Social, a desnacionalização em regra e a entrega sem limites da Pátria, sua soberania e suas riquezas, talvez seja uma batalha em vão, neste momento.

O rolo compressor do governo, suas artimanhas e falta de pudor para negociar e comprar o apoio parlamentar necessário, torna-o imbatível.

Não estou propondo que se abandone a luta e sim que procedamos dialeticamente; isto é, enquanto entoamos o officium defunctorum para o velho sistema, tratemos de fazer brotar o novo sistema.

Espalham-se hoje pelo país diferentes organizações de resistência e de luta. Aqui mesmo no Congresso, no sopor da crise, formam-se as mais diversas frentes parlamentares. Ao mesmo tempo, os sindicatos, as entidades profissionais e estudantis mostram-se ativos. Convoca-se para o fim do mês mais uma greve geral.

E há uma convergência quanto ao diagnóstico desta triste quadra da história nacional.

Mas, acredito que tenha chegado a hora de parar de falar, de analisar a conjuntura, de verberar contra o governo, de gritar golpistas, fascistas, entreguistas, canalhas, canalhas, canalhas.

Devemos ir além das palavras.

É hora de reunir todos se opõem aos assaltantes do Planalto e aos que os sustentam e detém o poder real, para urdir um Projeto de Poder, um Projeto Nacional, Popular e Democrático que, por fim, construa o Brasil Nação.

É preciso ter coragem, uma coragem que suplante o partidarismo, que não sucumba ao queremismo e ao sebastianismo, para colocar como prioridade na ordem do dia das manifestações, das reuniões, dos debates, das entrevistas, das assembleias e dos discursos não candidaturas e sim a trama por um Projeto de Poder.

Não queremos o governo!

Já estivemos lá diversos vezes e… ou fomos apeados, golpeados ou governamos sob a coação, sob cerco do grande capital e do sistema financeiro, cujos interesses a mídia monopolista, Rede Globo à frente, vocaliza.

Pior, tivemos que administrar sob o tal presidencialismo de coalizão, um conglomerado de demandas, chantagens, fisiologismo e banditismo explícito que, no momento decisivo, bandeava-se para o abrigo dos detentores do poder.

É isso que queremos, novamente? Ou queremos o poder?

Senhoras e senhores senadores, ouvintes da Rádio Senado, brasileiros que nos seguem pela TV Senado e pelas redes sociais.

A permanência ou não de Temer, eleições diretas ou indiretas, tudo isso somado é menor que a urgência de se tece um Projeto de Poder, um Projeto Nacional, Popular e Democrático, um Projeto de Fundação do Brasil Nação.

Enfim, um Brasil soberano, altivo, desenvolvido, justo e bom para todos.


*Senador pelo PMDB do Paraná
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Nº 21.597 - "FHC PEDE AOS DONOS DA GLOBO QUE SALVEM TEMER"


11/06/2017


FHC PEDE AOS DONOS DA GLOBO QUE SALVEM TEMER


Brasil 247 - 11 DE JUNHO DE 2017 ÀS 12:59

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Avalista do golpe de 2016, que destruiu a imagem e a economia brasileira, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso pediu aos donos da Globo que salvem Michel Temer, mesmo ciente de que ele será denunciado por corrupção, organização criminosa e obstrução judicial; Temer age a mando do sistema financeiro, que pretende seguir com suas reformas rejeitadas pela ampla maioria da população; FHC teme a volta da democracia e a eleição de Lula e ignora até a informação de que Temer mandou espionar o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal; informação sobre o encontro entre FHC e os donos da Globo é do jornalista Andrei Meirelles

247 - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tem agido para tentar manter os tucanos na base do governo Temer e salvar a pele do peemedebista na presidência. Seu mais recente gesto foi o de conversar com os irmãos Marinho, donos da Globo, para tentar convencê-los de a queda de Temer seria ruim para o País.

Apesar ciente de que Temer será denunciado por corrupção, organização criminosa e obstrução judicial, FHC foca na agenda das reformas. Além disso, teme a volta da democracia e a eleição do ex-presidente Lula. 

A informação sobre o encontro entre FHC e os donos da Globo é dojornalista Andrei Meirelles, do site Os Divergentes. Leia um trecho de sua coluna sobre o assunto:

O entorno de Temer estava confiante na entrada em cena de Fernando Henrique Cardoso para evitar a debandada dos tucanos. O que se diz ali é que FHC estaria agindo, a pedido da elite financeira, para assegurar a aprovação de reformas capazes de evitar que o país entre de vez no buraco.

Com o mesmo propósito, Fernando Henrique teria feito outro movimento ainda de maior interesse dos atuais inquilinos do Palácio do Planalto: ele teria ponderado à família Marinho, dona do grupo Globo, que a queda de Temer agora mais embaralha do que clareia o jogo.

Há versões diferentes sobre essa conversa. Uma delas é de que FHC teria ido ao Rio de Janeiro, em uma espécie de missão a pedido do chamado Pibão. A outra, contada por um ex-ministro ainda muito ligado a Fernando Henrique, é de que os irmãos Marinho foram a São Paulo para uma avaliação sobre a crise política.

As duas versões coincidem em um ponto: FHC teria sugerido aos Marinhos que a TV Globo pegasse mais leve com Temer.

Essa conversa teria ocorrido há mais de uma semana. De lá para cá, o Jornal Nacional, motivo maior da preocupação palaciana, não deu nenhum sinal de mudança.
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Nº 21.598 - " LEONARDO STOPPA AO 247: 'INDIRETA VAI TRAZER O PRESIDENTE DA GLOBO'"

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11/06/2017


LEONARDO STOPPA AO 247: “INDIRETA VAI TRAZER O PRESIDENTE DA GLOBO”


Brasil 247 - 9 DE JUNHO DE 2017 ÀS 15:17


Dono de um canal no Youtube onde seus vídeos de política e economia atingem até 10 milhões de visualizações, Leonardo Stoppa diz que o Brasil vive um momento de guerra de dossiês: "Cunha tem um dossiê extraordinário e pessoas igual ao Joesley têm uma espécie de material informativo guardado capaz de derrubar qualquer um"; nascido em Minas Gerais, Stoppa acredita que Temer esteja na lama, mas seja só um bode expiatório; "Joesley realmente forneceu informações que poderiam levar ao Temer como chefe do esquema de corrupção...mas, ao meu ver, tem algo acima do Temer"; ele não prevê dias melhores caso Temer deixe o Planalto; "A queda do Temer vai trazer uma eleição indireta e essa eleição indireta vai trazer o presidente da Globo"; mas sua opinião mais surpreendente é sempre a próxima: "Eu não acho que o Aécio está acabado"

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Por Alex Solnik, 247 - Dono de um canal no youtube onde seus vídeos de política e economia atingem até 10 milhões de visualizações, Leonardo Stoppa diz, nessa entrevista exclusiva ao 247, que o Brasil vive um momento de guerra de dossiês: "Cunha tem um dossiê extraordinário e pessoas igual ao Joesley têm uma espécie de material informativo guardado capaz de derrubar qualquer um".


Morando atualmente a uma hora de distância de Londres, onde trabalha como engenheiro, ele só tem olhos e ouvidos para o Brasil: "O que os capitalistas fizeram com a política brasileira... vamos pensar a política brasileira hoje... em termos de inteligência a maioria são Tiriricas".

Nascido em Minas Gerais, demonstra conhecer bem os políticos e a política mineira: "Existe uma teoria de que aquela gravação do Zezé Perrela dizendo que mexe com tráfico de drogas é um aviso tipo 'eu mexo com tráfico, mas tem muita gente que mexe também, digamos que todo mundo que tá envolvido eu tenho como provar'".

Afirma que tem muita coisa escondida e as informações são divulgadas a conta-gotas: "Você acha que eles não sabiam há muito tempo desse envolvimento do Malafaia, possível envolvimento do Malafaia com lavagem de dinheiro?"

Stoppa acredita que Temer esteja na lama, mas ele é só um bode expiatório: "Joesley realmente forneceu informações que poderiam levar ao Temer como chefe do esquema de corrupção... mas, ao meu ver, tem algo acima do Temer".

Ele não prevê dias melhores caso Temer deixe o Planalto: "A queda do Temer vai trazer uma eleição indireta e essa eleição indireta vai trazer o presidente da Globo". Mas a sua opinião mais surpreendente é sempre a próxima: "Eu não acho que o Aécio está acabado".

Tem muita corrupção na Inglaterra?

Eu acredito que tenha, mas não tenho a proficiência pra te falar corretamente, viu? Mas eu acho que tem, sim. Nada escapa da corrupção.

E como os ingleses reagem aos casos de corrupção? Toleram? Condenam?

Eu vou te falar sinceramente: eu não estou muito por dentro da política inglesa. Eu estou tão ligado na política brasileira, que acaba que eu não acompanho a política inglesa. Até porque a politica daqui... não é que a política daqui seja limpa, não; é que a política daqui não vai fazer tanta diferença pra mim. Eu vim pra cá com a intenção de voltar ao Brasil em um ano. Quando passou um ano, o Brasil começou a desmoronar. Parece uma coisa bizarra, mas eu vim pra cá pra aprender um pouquinho de inglês, pegar firme no inglês e voltar. Mas a economia começou a atrapalhar, começou a zoar tudo, falei “quer saber de uma coisa? Eu vou aperfeiçoar mais o inglês um pouco”. Me matriculei num curso de Política e Economia e comecei a aproveitar o tempo pra estudar.

Você começou com teus vídeos antes ou depois da Inglaterra?

Não. Quando eu vim pra Inglaterra, antes de vir pra Inglaterra eu já trabalhava com política, como técnico de som... você conhece o Helvécio Ratton, não conhece?

Sim, um diretor de cinema argentino radicado em Minas...

Trabalhei com Helvécio oito anos na Quimera Filmes.

Ah, você é mineiro...

Quando eu saí da Quimera Filmes minha intenção era estudar um pouquinho. Eu tive um problema no relacionamento anterior, toda vez eu terminava e voltava. Eu falei preciso colocar um ponto final nisso. Aí acabou que eu vim pra Inglaterra. Fui enrolando, enrolando, ficando cada vez mais, eu falei quer saber de uma coisa eu não ficar na Inglaterra só estudando inglês e fazendo gravação pra estudantes, na época. Eu trabalhava como técnico de som, meu inglês era muito ruinzinho, fazendo gravação pra estudante de cinema, em Londres. Um dia falei quer saber de uma coisa? Vou me matricular num curso que vai me forçar a aprender inglês. Política e Economia.  Fiz dois anos de Política e Economia. E quando a coisa começou a pegar no Brasil mesmo, eu vi como as teorias que eu estudava estavam batendo com o que estava acontecendo. Há um ano atrás, nessa época, comecei a gravar os vídeos. Eu precisava achar uma forma de passar a informação de forma bem simples e bem rápida porque eu trabalho muito. Eu demoro 15 minutos entre começar e colocar o vídeo no ar. É um sistema indústria. Meu tempo aqui é muito limitado. Trabalho em inspeção, como engenheiro elétrico. O tempinho de almoço eu corro e faço um, dois vídeos. Eu não ganho com os vídeos. Faço por patriotismo.

E os ingleses já estão por dentro do Temergate?

Temergate?

Sim, o escândalo da fita do Joesley com Temer.

Olha só. O contato que eu tenho com a realidade daqui da Inglaterra é no serviço e as pessoas com quem eu moro, eu moro aqui mais a minha esposa, mais um casal. Todo mundo está sabendo que tem coisa errada acontecendo no Brasil. Mas, infelizmente, a coisa chega nos países do Primeiro Mundo não para trazer a verdade, não para os povos do Primeiro Mundo saberem o que está acontecendo. As coisas chegam distorcidas, justamente pra justificar essas intervenções que acontecem. Por exemplo, ninguém fica sabendo o que está acontecendo na Venezuela, mas todo mundos sabe que na Venezuela tem um ditador sanguinário que almoça uma criança por dia, essas coisas idiotas que a mídia normalmente mostra. O que chega aqui do Brasil é que está tendo muita corrupção, maior escândalo de todos os tempos, Petrobrás no chão, até para justificar uma futura intervenção, por exemplo, dos Estados Unidos no Brasil, que é o que está prestes a acontecer na Venezuela. A opinião que eu tenho é essa. A informação que a gente tem é completamente diferente da informação que se passa ao redor do mundo.

Pela primeira vez um presidente da República brasileiro está sendo investigado por crime comum de corrupção, formação de quadrilha e obstrução à Justiça. Como você vê o Temergate?

Ao longo de muito tempo, eles foram criando uma espécie de trama de rabo preso nessa política brasileira. É claro que tem essa possibilidade de esquemas, a gente sabe que existem esquemas pra facilitar pra uma pessoa pegar um empréstimo que tecnicamente falando ela não conseguiria, esquema de corrupção para facilitar uma pessoa a ganhar uma licitação pra obra pública. Eu acho que essas coisas foram acontecendo de uma forma tão entrelaçada, a ponto de pegar a maioria do Congresso, presidente da República, pegar todo mundo e essas pessoas foram criando dossiês. Ao meu ver, Cunha tem um dossiê extraordinário, e pessoas igual ao Joesley têm uma espécie de material informativo guardado capaz de derrubar qualquer um. Eles só têm que escolher quem eles vão derrubar. Não são pessoas imbecis. São pessoas que conseguiram sair praticamente do nada para virarem expoentes da economia brasileira, não é qualquer pessoa que consegue isso, são pessoas superespertas... como é que uma pessoa da OAS conseguiu não destruir provas contra si mesmo mas destruiu as provas contra o Lula?! O que a gente está vendo hoje na política brasileira é o resultado do dossiê que está sendo criado pelos capitalistas. O que os capitalistas fizeram com a política brasileira... vamos pensar a política brasileira hoje... em termos de inteligência a maioria são Tiriricas... são pessoas que conseguem falar bem, conseguem expor um diploma de curso superior, mas a maioria são Tiriricas. A gente vê isso: o presidente da República, o chefe máximo do Executivo brasileiro deixou uma pessoa gravar pra fazer um dossiê contra ele! Então, o que eu imagino é que essas pessoas estão criando dossiês, quando eu falo essas pessoas a gente gosta de associar aos Estados Unidos porque é lá que moram os grandes banqueiros, eu acho que eles estão criando dossiês ao longo dos tempos e esses dossiês estão sendo utilizados agora para conseguir aprovar essas medidas que eles estão aprovando de um estado mais liberal no Brasil. Tem muita coisa encoberta. Eu acho que o Joesley sabe de muita coisa que derruba a política brasileira, assim como eu sei que o Cunha sabe de muita coisa que derruba a política brasileira. O detalhe é que eles não vão falar, porque é um esquema de rabo preso tão grande que à medida que eles vão soltando uma coisa, cai digamos que uma penca. Então, tem muita coisa pra ser descoberta, aconteceu muita coisa errada no Brasil, mas o que eu acredito é que o motivo disso vir à tona agora e vir à tona de uma forma que consiga causar um dano social tão grande, quebrar as empresas nacionais, destruir a imagem do Brasil ao redor do mundo como destino de investimento é exatamente a ideia de mudar a ordem política e econômica no Brasil.

Como você acha que o Lauro Jardim conseguiu o furo da delação do Joesley?

Eu não sei como ele conseguiu. O que eu acho é que as pessoas procuram os canais com o maior alcance. Mas eu acredito sinceramente...

Você diria que o Joesley passou o furo pra ele?

Com certeza! Com certeza! Por exemplo, existe uma teoria de que aquela gravação do Perrela dizendo que mexe com tráfico de drogas é um aviso tipo “eu mexo com tráfico, mas tem muita gente que mexe também, digamos que todo mundo que tá envolvido eu tenho como provar”. Tem muita mensagem cifrada. “Caiu a gravação”. Tem muita coisa que está aparecendo que são mensagens emitidas de forma pública exatamente pra amedrontar as pessoas que estão com o rabo preso e principalmente para fazer pessoas agirem. Se você parar pra pensar eles tinham que procurar toda a República envolvida a partir do momento em que o Cunha, por exemplo, dificulta as coisas – “olha, não vai fazer nada contra a minha mulher”...esse tipo de coisa assim – ele começa a soltar uma coisinha aqui ou ali, que pode derrubar, inclusive, um juiz de Direito... tem muita coisa encoberta, tem muita coisa escondida. Eu não acho que um jornalista consegue um grande furo; eu acho que as pessoas que têm essas informações soltam as informações em doses homeopáticas para elas conseguirem alcançar seus objetivos e pra mostrarem poder de fogo...se a gente imagina... “olha, o presidente está fazendo uma determinada coisa que vai me prejudicar, numa brincadeira dessa eu vou perder tantos milhões em ações, eu vou mostrar poder de fogo pro presidente, o presidente fica com medo e me passa uma informação a respeito de uma política monetária do Banco Central que vai me fazer recuperar o prejuízo que ele me fez ter”. Então, nessas brincadeiras, nesses vaivéns a população acaba pagando para que a corrupção não seja descoberta... os lobbys funcionam, no sentido de manter essa teia de dossiês e as corrupções todas não serem descobertas, porque se as informações todas forem passadas, a casa realmente cai. Mas se forem divulgadas de forma homeopática, como está acontecendo agora, acaba colocando pessoas que têm muito poder, como, por exemplo, o Aécio Neves, mais quieto. Quando o Malafaia começou a falar deram um tapa na nuca dele... você acha que eles não sabiam há muito tempo desse envolvimento do Malafaia, possível envolvimento do Malafaia com lavagem de dinheiro? Sabiam há muito tempo! Mas, tipo, querem calar o cara, soltam um pouquinho de coisa na mídia... aquele processo do Cidadão Kane...acho que toda essa informação que aparece, que eles classificam como furo de notícia...na verdade é “olha, vou soltar esse pouquinho aqui pra ver o que acontece”... são tentativas... quem está sendo bobo nessa história é o brasileiro que acha que essas coisas estão sendo descobertas, que essas coisas são fruto de investigação. Não. Eles estão brincando com a população, estão fazendo joguinho com o povo.

Tudo indica que o Joesley recebeu a delação mais premiada de todas porque revelou fatos que antes nunca tinham sido revelados: que a corrupção estava acontecendo atualmente, dentro do Palácio do Planalto e ele acusou Temer de ser o chefe. Concorda com isso?      

Eu concordo. Existe, sim, um indício de que o chefe realmente seja o Temer. O detalhe é se o Temer se transformou no chefe agora, com essa eventual subida ao cargo de presidente da República... porque eu tenho pra mim que o Temer é uma espécie de bode expiatório. Não consigo acreditar que Temer está resistindo na presidência da República porque ele queira ser presidente. Eu tenho pra mim... tudo o que você falou faz muito sentido...Joesley realmente forneceu informações que poderiam levar ao Temer como chefe do esquema de corrupção...mas, ao meu ver, tem algo acima do Temer...

Quanto à data que você mencionou, se ele se transformou em chefe agora, ele conheceu Joesley em 2010, quando assumiu a vice-presidência... são sete anos de amizade...

A coisa começou a azedar entre o PT e o PMDB exatamente porque a Dilma começou a dificultar um pouco os esquemas de corrupção...

A lei 12.850 é dela...é de 2013 e o PMDB não deve ter gostado.

Exatamente. A coisa começou a azedar aí. Agora, será que acaba no Temer? Lógico que Joesley não é o chefão. E lógico que ele ter conseguido uma delação de alto nível, ter conseguido quase que o perdão judicial, ficou só em multa...

Ele conseguiu o perdão judicial, o primeiro desde a instalação da Lava Jato.

É claro que isso tem uma certa relevância.

Ele delatou muito mais que o Marcelo Odebrecht...

Sim, ele entregou muito mais...

Ele entregou eventos de março deste ano... esse é o escândalo! E a Globo amplifica esse escândalo diariamente. Nesse ponto eu concordo com a Globo: a primeira medida é Temer sair logo. Ele faz mal ao país. Quando o presidente de um país é suspeito de um crime, todos os cidadãos do país também são. A presença dele corrói a alma dos brasileiros.

Quanto a isso, não tem dúvida. O que eu tenho muito medo, hoje, é... por que a Globo quer a queda do Temer? Porque, olha só, a gente tem duas coisas correndo hoje no Congresso: uma é a possibilidade de colocar as eleições coincidentes, aquela ideia de colocar prefeito, governador e presidente na mesma data, que seriam as eleições de 2020. Outra é a queda do Temer. Se a queda do Temer acontecer, as eleições serão indiretas. Eu, particularmente não acredito que o Congresso Nacional consiga aprovar uma PEC das eleições diretas. A mídia tem um poder muito grande. Ao meu ver, eleições diretas dependeriam da própria sensibilidade política de ver que a constituição não pode ser maior que o próprio povo que ela representa. A constituição representa o povo e não o povo que é escravo da constituição. Nesse momento, é claro que as eleições diretas seriam, digamos, uma ofensa à constituição, admissível em nome da estabilidade        social, estabilidade econômica, para depois pensar em estabilidade jurídica, mas eu não acredito que o poder que tem as armas na mão vai deixar isso acontecer. Então, a meu ver, a queda do Temer vai trazer uma eleição indireta e essa eleição indireta vai trazer o presidente da Globo. Um presidente que foi eleito, ainda que para vice, através do voto popular é fruto do capitalismo; imagina o que não faria um presidente eleito que viesse diretamente da Globo. A gente pode desistir que algum político com intenção nacionalista consiga arrematar os votos de senadores e deputados, eu não acredito que senadores e deputados, 2/3 do Congresso votem pela maioria. Ou 3/5 que votem pela população. Então, não acredito na PEC. E não acredito que 50% mais um do Congresso Nacional votem pelo povo. Eu acredito que eles vão ser, sim, arrematados por aquele candidato que tiver mais pra oferecer. E o candidato que tem mais a oferecer, infelizmente, é o candidato que venha do capital. É assim que foi feita a eleição do Cunha, é assim que foi feita provavelmente a eleição do Rodrigo Maia...é assim que são realizadas as eleições no Congresso. Será que a Globo não está querendo colocar o presidente dela? Essa é a minha dúvida.

A Globo criou o Collor e destruiu o Collor. Ela apoiou Temer e agora quer destruir Temer. É assim que ela funciona. É dela que emana o poder e não do povo. A situação do Temer ficou insustentável depois do flagrante do Joesley. O que resulta em protestos populares, que deverão aumentar à medida em que ele teima em não renunciar.

O que eu tenho visto é o seguinte. Eu tenho a visão de que existe hoje no Brasil um investimento muito grande, um investimento para desestabilização da ordem pública. Eu acho que o que está acontecendo hoje no Brasil está muito pouco instrutivo e está muito oba-oba. E não é pela falta de capacidade das pessoas que têm condição de fazer a coisa entrar no eixo. Eu não acompanho mais, mas no início eu via muito material do Midia Ninja, e eu via muito incentivo pra ir pras ruas pra quebrar, pra fazer protesto. Eu achava estranho aquilo. Eu pensava, olha, o segredo não está em manter a população dividida, entre direita e esquerda e manter a população brigando, o meu viés não é direita contra a esquerda, o meu viés é nacionalista, é o Brasil, contra o interesse internacional que quer colocar o Brasil como escravo. Nesse sentido é que eu tenho percebido que existem, sim, duas correntes de força brigando pra definir a questão da economia brasileira. Uma corrente pensa na ideia de produzir para o mercado internacional. Essa corrente, que atua muito bem em países como o Iraque, Siria, eles conseguem manter a desordem pública pra conseguir trabalhadores bem baratinhos e pra conseguirem, por exemplo, exportar petróleo ou minério e na desordem pública eles conseguem, por exemplo, acabar com a tributação....eles conseguem fazer coisas do arco da velha e terem lucros exorbitantes com a manutenção da desordem social. Como eles conseguem isso? Mantendo o caos! A Turquia é um exemplo do que se pode fazer quando se divide a população. Aprovaram uma constituição ditatorial. Qualquer tipo de divisão deixa a população vulnerável. Isso acontece quando o povo deixa de brigar com o inimigo comum e passa a brigar entre si. Os empresários médios acham que estão representados pela ideologia da Fiesp. Mas a ideologia da Fiesp é produzir para o mercado externo que vem do fato de o brasileiro custar baratinho. Quanto mais barato for o brasileiro, melhor. Quando você produz para o mercado interno, se você destrói o mercado interno e aumenta o desemprego o cara que produz salmão enlatado perde, mas o cara da Fiesp que vende uma peça para extração de petróleo não perde.

O Aécio tem salvação?

Eu acho que o Aécio não tem salvação política. No momento não acredito que ele conseguiria se eleger. Mas o Aécio tem muito poder. Todos os castelos caem, a gente lembra do Pablo Escobar, coisa que aconteceu, quando o Aécio foi afastado, um colega da minha cidade me mandou: você não falou que o Aécio era isso e aquilo outro? Eu costumo falar que o Aécio é o braço direito do Rockefeller no Brasil. Olha, o escândalo é muito grande, mas o poder dele também é muito grande. A gente vai ver toda a mídia parar de falar dele por um tempo e a gente vai ver o Supremo Tribunal Federal protelar o processo dele. Ou um pedido de vista do Gilmar Mendes. Eu acho que o termo “o pedido de vista” automaticamente já liga na tua cabeça: “do Gilmar Mendes”. É uma coisa que vem sendo utilizada pra salvar o Aécio há muito tempo. E tem um detalhe: processo em andamento não impede o cara de se eleger e o Aécio ganha para governador de Minas. Isso me preocupa muito. Por que o Aécio ganha? Porque o trabalho da mídia não foi no sentido de desvalorizar a imagem do Aécio, mas foi no sentido de destruir a imagem do PT. Quando você pensa que você tem uma fatia da população brasileira que votaria em qualquer um – que fosse o Maníaco do Parque – pra não votar no Lula, isso me preocupa. E eles trabalharam de uma forma muito estratégica o antipetismo. Eles trabalharam mais o antipetismo que o anti Aécio. Se a gente tiver no páreo o Aécio e o Lula, eu tenho certeza que a turma do Bolsonaro iria pro Aécio e os coxinhas voltariam pro Aécio. Eu só não sei se ele conseguiria ganhar do Lula.  Eu não acho que o Aécio está acabado.

Ele não vai ser cassado, não?

Pode ser politicamente cassado, mas eu não sei nem... olha, o caso da Dilma gerou um precedente muito forte para eles criarem formas de não cassarem os direitos políticos das pessoas. O Aécio pode sobreviver e não ser cassado. Ele pode chegar a 2018 afastado... eu confio muito no poder do Aécio... e principalmente por causa dos dossiês...eu acho que ele tem muita coisa escondida... por exemplo, eles têm no STF Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes. Só aí são dois pedidos de vista. Depois, podem protelar porque tem coisa mais importante pra ser tratada...
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Nº 21.599 - "Ficção não é fato nem teoria é prova Justiça? Aí é querer demais…"


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11/06/2017

Ficção não é fato nem teoria é prova
Justiça? Aí é querer demais…


Conversa Afiada - publicado 11/06/2017
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Na foto, operadores da Operação Tabajara. Eles se acham... (Reprodução: GGN)
Conversa Afiada reproduz, aqui, artigo de Alvaro Augusto Ribeiro Costa - sub-procurador (aposentado) da PGR, ex-Advogado Geral da União e ex-Presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR). O texto foi publicado originalmente no Jornal GGN.

Alegações fantásticas: entre a ficção e a convicção (e as provas?)


Fantásticas, em muitos sentidos, as “Alegações” noticiadas e reproduzidas em bombásticas manchetes: “MPF pede condenação de Lula e multa de R$ 87 milhões”.

Lembre-se que se trata de processo notavelmente midiático, em juízo de discutível competência absoluta, onde se misturam, em fantástica simbiose, roteiros e atores (processuais e globais, acusadores e julgadores, politicos, editorialistas e comentaristas de todos os tipos), excepcionalidades, misteriosos e oportunos vazamentos de “sigilosos” documentos, além de inúmeras peripécias de fazerem inveja aos melhores ficcionistas da literatura. 

Nesse contexto, as “Alegações” aparecem na sequência lógica de anunciado roteiro de ficção e proclamadas convicções – lembre-se um famoso “power point” e incontáveis declarações e publicações no mesmo sentido. Deixam muito a desejar, porém, quanto ao devido exame do direito e dos fatos.

Diante de sua fantástica extensão (334 páginas), tais “Alegações”, de fastidiosa leitura, sacrificam o leitor e a dificultam a defesa.

Quanto ao juiz, o acusador não terá que se preocupar, se ele já tiver se revelado, no processo ou fora dele, alguém “condenado a condenar”, sob o estímulo da “vox populi”, mídia, “apoiadores” e áulicos; ou se for dos que se apresentam circulando e sendo louvados com entusiasmo entre os maiores interessados na destruição politica e pessoal do réu. Ou, ainda, daqueles que nada opõem à difusão da falsa idéia de que o processo é uma cruzada do bem contra o mal, sendo o julgador a personificação do primeiro e o réu o demônio a ser esmagado. A sentença de tal julgador – se existisse - não causaria surpresa. E não lhe faltariam aplausos.

Contudo, a prolixidade esconde o nada jurídico. Sabe disso qualquer bom estudante do Direito. E o bom professor facilmente percebe que a falta de substancial e pertinente fundamentação não é suprida pelo artifício do “recorta e cola”, com que se foge das questões e são feitas – sob a falsa aparência de erudição – genéricas citações, de pouca ou nenhuma pertinência ao caso.

Peculiares, nesse aspecto, “Alegações” onde não se encontra concreta, individual e especificamente enunciada e comprovada a acusação. Para quem procura nelas o único conteúdo juridicamente relevante – fatos e provas lógica e juridicamente estruturados em indispensável e válida fundamentação -, o resultado é frustrante.

Seguindo o roteiro de uma denúncia inepta e de um notório e constrangedor “power point”, investem elas contra um “exemplar e poderoso culpado” a ser exibido no desfile dos vencidos na “cruzada contra a corrupção”. Onde foram considerados os princípios da presunção da inocência, do contraditório e da ampla defesa?

Explícitas normas legais parecem igualmente esquecidas: “a prova da alegação incumbirá a quem a fizer” (Art.156 do CPP); “o juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação (…)”(Art. 155 do CPP).

Encontra-se porém nas “Alegações” a colagem de abstratas citações doutrinárias e jurisprudenciais, extraídas em quantidade e sem melhor exame até de sistemas jurídicos alheios ao brasileiro (por exemplo, alusivos a crimes complexos , técnicas de análise de evidências, “standards” de prova etc…).

Socorrem-se também as “Alegações” de esotéricas teorias de diversas origens (inclusive alienígenas) que um de seus subscritores, “modéstia às favas”, propaga ( do “probabilismo, na vertente do bayesianismo” e do “explacionismo”), onde o caso concreto e suas peculiaridades não se ajustam. 

Tais “pressupostos teóricos” e considerações genéricas, todavia, nada têm a ver com fatos e provas que deveriam estar especificamente individualizados em relação às acusações lançadas contra o ex-Presidente da República e não suprem sua ausência. Tanto é assim, que as “Alegações” chegam ao cúmulo de invocar, em reforço de argumentação e como se fosse pertinente, um caso de estupro (!) (pag. 53).

Aliás, o caráter abstrato daqueles “pressupostos” é reconhecido nas próprias “Alegações”, quando afirmam ter apoio em teorias adotadas em obra de autoria exatamente de quem as subscreve em primeiro lugar (v. pag. 52, nota de rodapé no. 1). A propósito, são inúmeras as vezes em que o mencionado subscritor das “Alegações” invoca como fundamentos das mesmas a “autoridade doutrinária” que a si próprio atribui. Pouco elogiável, porém, é pretender valer-se de si mesmo como fundamento suficiente para condenação de alguém na ausência de provas.

Inaceitável também é livrar-se o Ministério Público do ônus da prova, alegando que “os crimes perpetrados” “são de difícil prova” e "a solução mais razoável é reconhecer a dificuldade probatória" (pág. 53). Ora, se é difícil a prova, caberia ao acusador buscá-la, se existisse. Nunca, porém, inverter o ônus que é seu, como se ao acusado coubesse provar o oposto do que desconhece.

As “Alegações” traduzem, desse modo, confissão implícita da ausência de provas verdadeiras e válidas. Quem tem fatos e provas não precisa de teorias.

Dispensáveis, a prolixidade e as generalidades presentes nas “Alegações”. Não precisavam ir tão longe. Sem perderem de vista a definição constitucional do Ministério Público como instituição defensora da ordem juridica e dos princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa (Art. 127 da CF), não poderiam ter esquecido o que diz o art. 239 do CPP: Considera-se indício a circunstância conhecida e provada, que, tendo relação com o fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias.“

Portanto, o conceito de evidências – que as “Alegações” invocam no direito estrangeiro - em nada se confunde com o de indícios definidos no art. 239 do CPP. Para o Direito brasileiro, “circunstância” não é sinônimo de ”indício”. São conceitos distintos. Para que algo seja válido como “indício” é indispensável que preencha as condições legalmente fixadas. Por isso, não é cabível – como se faz nas “Alegações” – valer-se de um amontoado de circunstâncias e teorias, bem como de confusões conceituais, para daí afirmar-se a ocorrência de um conjunto de indícios que seriam o fundamento do que chamam de “juízo de convicção”.

Para cumprirem a lei, as “Alegações” deveriam ter indicado, quanto ao ex-Presidente da República, concreta, individualizada e especificamente: 1) fato criminoso específica e individualizadamente a ele atribuível (tal como descrito no tipo penal), com todas as circunstâncias de tempo, lugar e modo; 2) circunstâncias conhecidas e provadas; 3) as relações entre tais circunstâncias e o fato delituoso; 3) a natureza de tais relações (de causalidade ou de consequência) com o fato delituoso; 4) o raciocínio indutivo (lógica e juridicamente válido) que pudesse autorizar a conclusão sobre a existência de outra ou outras circunstâncias.

Cumprir tais exigências é impossível, porém, quando o que se tem são meras ficções, teorias ou convicções orientadas por pressupostos e objetivos previamente estabelecidos e proclamados (vide o “Power Point” e outras entrevistas, declarações, publicações etc…).

Em suma, quanto ao ex-Presidente Luis Inácio Lula da Silva, as “Alegações” deixam claro o reconhecimento da ausência de fundamento para condenação. A rigor, pretendem transformar ficções em fatos, teorias em provas e convicções subjetivas em veredito condenatório.

Existirá julgador que chegue a tanto? Se existir, o jogo estará feito (desde quando?). A notícia–sentença virá como exigida e previamente anunciada pela mídia selecionada. Enfim, explodirá em manchetes, enquanto os “vencedores” do “Big Game” e a turba “aglobalhada” pelo ódio e o preconceito aplaudirão freneticamente os herois do momento.

E a justiça? Onde fica nisso tudo? Ora, “Veja”! Isso talvez seja querer demais!

Nº 21.600 - "A direita já tem discurso para defender Temer: manter o corrupto lá para enfrentar a crise. Por Joaquim de Carvalho"


11/06/2017

A direita já tem discurso para defender Temer: manter o corrupto lá para enfrentar a crise. Por Joaquim de Carvalho



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Joice Hasselmann


Por
 Joaquim de Carvalho

Seria cômico não fosse trágico ver os porta-vozes da direita brasileira num malabarismo verbal tentar explicar a crise política e, de alguma forma, justificar a permanência de Michel Temer e seus homens no comando do País.
A foto dos meninos do MBL com Gilmar Mendes é a imagem da contradição.
Mas seu significado não é diferente das palavras que Joice Hasselmann diz num vídeo postado depois do resultado do julgamento do TSE.
Ele diz coisas como: “enfim, temos presidente” e tenta explicar que o resultado do TSE impede o golpe da volta do “Lulaladrão” – um golpe estranho, já que só haveria um jeito do ex-presidente voltar ao poder: pelas urnas.
Seria o primeiro golpe da história urdido e executado pela maioria do povo.
No fundo, o que Joice pensa, mas ainda não fala, é: não deixa o povo votar porque, se votar, ele volta.
Este é o ponto.
Joice não tem a experiência de Augusto Nunes, mas o que este diz em sua coluna na Revista Veja é também confuso: ele critica Gilmar Mendes e defende o povo na rua, mas é um povo diferente. Transcrevo um trecho:
O que falta é mais gente decidida a avisar nas ruas, aos berros, que o Brasil decente não se deixará intimidar pelos poderosos patifes que teimam em obstruir os caminhos da Lava Jato. Refiro-me à verdadeira Lava Jato, representada por Sérgio Moro, não à caricatura parida em Brasília por Rodrigo Janot.
No fundo, Joice e Augusto defendem Sérgio Moro porque Sérgio Moro persegue Lula e o PT, e poupou tanto Michel Temer quanto Aécio Neves, cujas verdadeiras faces foram reveladas nas investigações em Brasília.
Aécio, que três anos atrás era apresentado por porta-vozes como Joice e Augusto como político quase perfeito.
Sobre Michel Temer, apontavam só virtudes, o político que restabeleceu os princípios da república no Palácio do Planalto.
Cômico, não fosse trágico.
Há cinco meses, Augusto Nunes chegou a escrever um artigo para elogiar o general Sérgio Etchegoyen, que havia dado entrevista a Eliane Cantanhede, em que denunciou um suposto desligamento de câmaras do Palácio do Planalto, durante o governo da presidente Dilma Rousseff.
Não foi isso o que aconteceu.
Mas a “denúncia” fazia sentido à tese: Dilma queria impedir registros em vídeo de quem ia ao Palácio, para impedir provas de corrupção.
Escreveu Augusto:
Felizmente, o governo de Michel Temer, em uma de suas primeiras decisões, restabeleceu o Gabinete de Segurança Institucional, que voltou a ter sob seu comando a Abin.
Augusto e Cantanhede deram crédito a um general que agora é denunciado pela mesma revista Veja como o comandante de uma ação de espionagem sobre o ministro Édson Fachin.
Ah, mas o general ligou para a presidente do Supremo, Carmen Lúcia, para desmentir a notícia.
Carmen Lúcia não acreditou e divulgou nota em que exige apuração.
Foi mais esperta que os porta-vozes da direita na imprensa.
Esse pessoal se agarra onde pode para continuar alimentando um público que não quer informação ou análise, mas linchamento.
Haja criatividade.
A desculpa agora para manter Temer é a crise – crise, já ensinou Milton Friedman, é o forno ideal onde se assa o bolo das reformas neoliberais.
É preciso estar atenta a elas, porque se apresentam como uma porta de oportunidades para destruir o que, em outros tempos, já se chamou de estado do bem estar social.
É a receita de Friedman – está nos seus escritos.
Crises podem surgir espontaneamente, mas também podem ser criadas ou maximizadas.
No Brasil, o discurso da direita hoje é: Vamos manter o ladrão lá, porque a crise nos ameaça.
Solução para a crise?
Que nada.
O que querem, no fundo, é manter o processo de rapinagem do patrimônio público.
Pode anotar: o discurso “é-preciso-manter-Temer-para-enfrentar-a- crise” é o que sustentará a posição do PSDB no governo.
A decisão será tomada nesta segunda-feira.
No dia seguinte, seus porta-vozes estarão escrevendo que o inimigo a ser enfrentado é outro: Lula, o chefe da quadrilha, com seu tríplex, reforma da cozinha e pedalinhos.
Seria cômico não fosse trágico.
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Nº 21.601 - "Espionagem no STF e a política dos gangsters – A degradação onde chegamos"


11/06/2017


Espionagem no STF e a política dos gangsters – A degradação onde chegamos


Do Cafezinho - Escrito por Bajonas Teixeira, Postado em Bajonas Teixeira


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Por Bajonas Teixeira

O que no dia a dia do golpe se aprende é que um golpe é formado por muitos golpes. Tanto é assim, que os que derrubaram Dilma seguiram logo na mesma trajetória ladeira a baixo: Eduardo Cunha foi preso, e permanece trancado deste então, Aécio Neves, foi reduzido a um fantasma obscuro do submundo, e Temer é hoje mais um invasor que um legítimo ocupante do palácio do Jaburu. Contudo, diferente dos outros dois, Temer teve tempo de refletir e aprender com os fatos. E concluiu que está num tudo ou nada:  ou nós ou eles. E aí começa a atuar o gangster político.

As ameaças à Globo, ao grupo JBS e à pressão contra o ministro Fachin, que querem convocar para CPI, são a imagem acabada da prática do gangsterianismo político. Contudo, não chegamos aqui sem uma participação entusiasmada do Judiciário. Quando o assunto era derrubar Dilma, o STF esteve lá, na linha de frente, negando todos ou quase todos os requerimentos da defesa de Dilma, dando legitimidade ao processo, e impulsionando a aventura de Michel Temer. Agora está na linha de mira do golpe, e a razão é simples: o golpe ganhou a forma de uma disputa pelo poder entre o Judiciário e o MPF, por um lado, e os políticos por outro.

A questão é quem terá o poder nas mãos. O fato é que eles acreditaram piamente no mito que criaram, o de que o PT era uma organização que trabalhava por um projeto de poder, e, fixados na miragem do poder, passaram para a disputa intestina sobre quem ficará com o cetro e a coroa.

Em relação à Globo, uma máquina de manipulação de massas que se indispôs com Temer, e cujas motivações permanecem obscuras, o digno presidente vociferou:

“Quando o Brasil faz a concessão de 1 aeroporto, arrecada dinheiro. Quando vencem as concessões dos serviços de água, luz, esgoto, também se cobra pela renovação. Ganha quem oferece mais. Por que no caso das emissoras de rádio e TV essas renovações são de graça?”.

Em relação à JBS, o plano elaborado para sua destruição, segundo divulgado na imprensa, consiste em “atacar e tentar dizimar a JBS em todas as frentes: na Receita Federal, na CVM (Comissão de Valores Mobiliários), no INSS (Instituto Nacional de Seguro Social) e na Justiça. A ideia é provar desde apropriação indébita dos descontos do INSS de seus funcionários até a especulação na bolsa de valores e no mercado de câmbio. E o que mais vier a aparecer na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da JBS/BNDES, que a bancada governista promove no Congresso.”

A terceira frente do gangsterianismo, o ataque a Fachin e a Janot,  foi apresentado, na sua parte pública, em matéria da Folha, mas que parece incluir uma versão subterrânea, de espionagem, que teria ficado por conta da Abin. As reações ontem, 11 de junho, ao uso da Abin mostraram os semblantes de Carmen Lúcia, e de Rodrigo Janot, muito escandalizados e boquiabertos.

Há ainda o desejo de levar Fachin a uma CPI, que hoje teve a reação do ministro Barroso afirmando que “CPI não convoca juiz”.

Enfim, está tudo aí e não falta nenhum dos emblemas do gangsterianismo político. Tudo isso, contudo, só revela a degradação institucional que o próprio Judiciário ajudou a construir. E essa degradação do estado, sob o qual emerge um estado policial, tem visibilidade em todos os âmbitos da vida brasileira: basta ver as chacinas que avançam em ritmo acelerado nas zonas rurais e nas cidades. E é óbvio: quando se toca o terror nas cúpulas, embaixo a rapaziada dança o gangster style. Nada mais natural.

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Nº 21.602 - "COM MEDO DE LULA, ALCKMIN, DORIA E AÉCIO FECHAM COM TEMER"


12/06/2017


COM MEDO DE LULA, ALCKMIN, DORIA E AÉCIO FECHAM COM TEMER


Brasil 247 - 12 DE JUNHO DE 2017 ÀS 07:43

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Cientes de que não teriam chances de vencer o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, três caciques do PSDB se uniram no abraço de afogados com Michel Temer; Geraldo Alckmin, Aécio Neves e João Doria agora usam a influência que têm dentro do partido para impedir o desembarque e sustentar Temer no Planalto; o objetivo é contar com o apoio do peemedebista e da máquina do governo federal para as eleições de 2018, em que Lula lidera em todos os cenários nas pesquisas de intenção de voto

247 - Em troca de apoio as eleições de 2018 —em que as pesquisas de intenção de voto indicam que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seria o vencedor em todos os cenários—, três tucanos de peso decidiram se empenhar para sustentar Michel Temer no Planalto.

Geraldo Alckmin, Aécio Neves e João Doria já não escondem que manobram para dar sustentação ao peemedebista.

"O PSDB chega ao dia da reunião de sua Executiva com um forte movimento contrário ao desembarque da base do governo Michel Temer, diferentemente do que se via na semana passada, quando a debandada era a hipótese mais provável no partido. Segundo tucanos da cúpula, a tendência, hoje, é que não haja o rompimento com o Palácio do Planalto, mas que todos fiquem livres para se posicionarem como quiserem sobre o governo.

A possível permanência dos tucanos foi conseguida às custas de muitas conversas com o Palácio do Planalto, capitaneadas, principalmente, por pressões do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG), que luta por sua sobrevivência política, e do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, de olho nas eleições presidenciais de 2018", diz reportagem de Júnia Gama e Cristiane Jungblut em O Globo

No Estado de S.Paulo,  reportagem de Alberto Bombig e Pedro Venceslau tem a participação de Doria no "Fica Temer" como destaque.

"Para auxiliares de Temer, as pretensões eleitorais de Alckmin e Doria favorecem um entendimento deles com o Planalto neste momento. A dupla também receia que a saída do PSDB da base governista leve o partido automaticamente para a oposição, o que favoreceria o PT e deixaria o governador numa posição de isolamento político para 2018. A ambos ainda interessaria manter Temer no cargo, ainda que com baixa popularidade, até 2018, quando um dos dois poderá ser o candidato a presidente.

No PSDB, a compreensão é de que a substituição de Temer, via eleição indireta no Congresso, poderia abrir caminho para Rodrigo Maia (DEM-RJ) ser candidato e permanecer no cargo de presidente, o que elevaria o cacife eleitoral do partido dele para 2018 e dificultaria um entendimento com os tucanos.

Até a noite deste domingo, 11, Doria e Alckmin trabalhavam fortemente pelas pretensões de Temer dentro do PSDB. Porém, ambos não querem tomar o carimbo de “fiador” de um presidente prestes a ser denunciado no Supremo Tribunal Federal. Por isso, a dupla aceita dar mais um crédito a Temer, mas com prazo de validade definido e sujeito a uma mudança de rumos, na dependência de eventuais “fatos novos” e decisões da Justiça."

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Nº 21.603 - "João Sette Whitaker: As ações na cracolândia como cortina de fumaça"


12/06/2017

João Sette Whitaker: As ações na cracolândia como cortina de fumaça



Do Viomundo - 11 de junho de 2017 às 16h50
   
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o que há por trás da ação higienista na “cracolândia”?

por João Sette Whitaker, em cidades para que(m)? 

Terminada a operação de higiene social na Cracolândia, com todo o autoritarismo e a violência que caracterizam o Prefeito e o Governador de São Paulo, percebe-se que há algo mais em jogo do que “apenas” uma operação midiática para supostamente acabar com o fluxo de drogas que ocorria naquela área.

O fim do Programa De Braços Abertos, sabe-se, não foi para dar lugar a uma alternativa de política pública.

Nem o prefeito nem ninguém de seu governo está preocupado com o destino dos dependentes químicos que ali se encontravam.

Querem que sumam, desapareçam, ou talvez morram, como deixa entender a ação de demolição de um prédio com gente dentro. Sim, com gente dentro.

E o Prefeito, revivendo um caricato Jânio Quadros fora de época, achou por bem associar-se a essa imagem de desrespeito à vida subindo ele próprio em cima de uma escavadeira.

Ao mesmo tempo, entrou na justiça solicitando o direito de internar compulsoriamente os dependentes químicos em “casas de recuperação”.

Coisas já vistas em um período muito sombrio da história da humanidade.

Mas há incautos, ou não, que aplaudem.

Acreditam realmente que é assim que se faz o atendimento público a uma das faces do problema das drogas.

Uma das faces, sim, porque para os abastados o tráfico de drogas entregues a domicílio continua muito bem.

Trata-se aqui do lado trágico da questão: o dos abandonados, dos dependentes desconectados da sociedade, da vida familiar, dos pobres a quem já não se dava lugar na nossa sociedade.

Esta faceta da questão, que enseja enorme esforço social, humanitário, de saúde pública, como fazia o De Braços Abertos, é mais fácil tratar pelo viés do extermínio.

Por sorte ao menos um Promotor do Ministério Público, da Saúde, encarou esse escândalo e já se manifestou.

Estranho o silêncio de grande parte do MP, se comparado ao esmero com que fiscalizavam até mesmo a forma de publicação da agenda do prefeito anterior.

Pois bem, vale informar que o que parece vir daqui pra frente na região deve, ou deveria, dar-lhes bastante material de trabalho.

Pois a “ação antidrogas” é uma parte só dessa história, como vão revelando os fatos que se seguiram à bárbara ação policial inicial.

No dia seguinte, as máquinas da prefeitura começaram a demolição de prédios na área da “Cracolândia”.

O prefeito publicou um decreto, dia 19 de maio, declarando a área “de utilidade pública”, permitindo que imóveis sejam “desapropriados judicialmente ou adquiridos mediante acordo” para “implantação de equipamento público”.

Embora isso não lhe dê direito de ir destruindo prédios por ai, parece que o Prefeito valeu-se dele para iniciar um novo processo, não mais de higiene social, mas de intervenção urbanística mesmo: a demolição do quarteirão inteiro.

Vale observar que, para retirar as pessoas a força, o Prefeito teria que ter a imissão na posse expedida por algum juiz, dentro de um processo desapropriatório, o que é impossível ter ocorrido em menos de uma semana.

Por sorte, hoje, a valente Defensoria Pública de São Paulo conseguiu que a justiça suspendesse as demolições.

Para contornar a lei, usa-se um velho expediente do autoritarismo: encontrar alguma irregularidade no imóvel que justifique uma ação de interdição (mesmo se é sabido que na cidade há shopping centers inteiros em situação irregular, sem sofrer nada do tipo).

As reportagens na grande mídia de ontem, mostrando que bares formais foram fechados com justificativas pífias como a falta de extintores, evidenciam o uso desses velhos métodos autoritários para a retomada desse território da cidade.

A construção midiática promovida pelo governo e obviamente assim aceita pelos jornalões é a de que ali todo mundo é bandido.

Então, trabalhadores honestos que tinham lá seu comércio se viram sob ameaça policial tendo que tirar em duas horas tudo que tivessem porque as autoridades iam murar o bar. Afinal, “é tudo bandido”.

Mas o que estaria por trás dessa nova ação, agora de destruição física de vários quarteirões, a toque de caixa e sem mesmo retirar as pessoas de dentro?

Quais interesses estariam escondidos pela cortina de fumaça da ação de higienização antidrogas?

O Prefeito de São Paulo contratou “por notório saber”, isto é, sem processo público de contratação, os serviços de Jaime Lerner, ex-prefeito de Curitiba, para realizar um projeto urbanístico para o Centro de São Paulo.

Curiosamente, o mesmo arquiteto havia proposto um pouco antes, em conjunto com o mercado imobiliário, um projeto para a região, na prática nada mais do que um monte de prédios de negócios envidraçados por cima de toda a histórica região da luz.

Uma típica ação de gentrificação, e substituição do centro velho por um distrito de negócios altamente elitizado.

Para além das fotos publicadas em seu site e na época replicadas com entusiasmo pela imprensa, ninguém sabe do que se trata. Qual o projeto oficial feito para a Prefeitura?

Aquele projeto, sintomaticamente chamado de Nova Luz (não é a primeira vez que se usa esse nome para projetos do tipo) não é sobre o quarteirão da Cracolândia, mas começa exatamente ao lado, como se vê na foto disponibilizada no site do arquiteto.

Será que o que ele fez para a Prefeitura foi ampliado para o quarteirão ao lado, e engloba agora a Cracolândia? Estaria aí a explicação da ação do Prefeito?

É provável, já que em janeiro deste ano Dória anunciou oficialmente que estava solicitando ao mesmo Lerner um projeto específico para a Cracolândia, conforme anunciou à época o Estadão.

Ao mesmo tempo, o Governo e a Prefeitura voltam a falar sobre a tal da PPP de habitação, que também ocorre na área, um modelo de produção de moradias que, pela matemática financeira que propõe, não atenderá os mais pobres.

Tampouco aqueles que, sem ser viciados e muito menos traficantes, moravam e trabalhavam no quadrilátero agora destruído.

Para os jovens estudantes de urbanismo, tá ai uma aula prática do que é gentrificação promovida pelo Estado. Com qual interesse?

A gestão passada aprovou instrumentos para promover a requalificação urbanística de áreas da cidade, como o PIU – Projeto de Intervenção Urbana, que pressupunham processos de consulta pública e assembleias participativas para aprovação do projeto pelos moradores.

Não se pretendia que as mudanças na cidade fossem isentas da influência e do poder do capital imobiliário, pois isso não seria, hoje, possível. Mas se propunha que esses processos fossem discutidos e socialmente construídos, sujeitos minimamente às pressões da sociedade e às demandas dos moradores.

Projetos, enfim, que partem do pressuposto do direito de estadia de quem mora no lugar, alavancando as potencialidades existentes para a recuperação da área com um impacto social menor, e não projetos de gabinete que propõe a extinção de tudo que exista no território para a promoção imobiliária pura e simples.

Mas é essa abordagem elitizada que, infelizmente, parece estar se iniciando na Cracolândia.

Um projeto de cidade que ninguém viu, exceto nas imagens de propaganda divulgadas na mídia subserviente e acrítica.

Quem participou da escolha de Lerner para uma intervenção tão ambiciosa na cidade? Quem teve acesso ao projeto? Onde foi discutido? Para quem foi apresentado?

Sempre bom lembrar que os serviços de Lerner, segundo o que se soube na imprensa, foram “generosamente” financiados pelo setor imobiliário.

Trecho de reportagem da Gazeta do Povo dizia o seguinte: “a contratação de Lerner foi possível por meio de uma parceria da administração municipal com a iniciativa privada. A contratação será financiada pelo Sindicato da Habitação (Secovi-SP)”.

Acho que não é preciso dizer mais nada. A “limpeza” da Cracolândia parece ganhar sentido.

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Nº 21.604 - " Janio e o Brasil de Temer: uma ruína ainda em 'construção'"


12/06/2017

Janio e o Brasil de Temer: uma ruína ainda em “construção”


Do Tijolaço · 11/06/2017

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abandono


Fernando Brito

Janio de Freitas em sua coluna de hoje na Folha, diz o que precisava ser dito: “o julgamento da chapa Dilma-Temer e a decisão do TSE não têm importância alguma.”, exceto para dar-lhe a “bênção de quatro juízes de um tribunal que se mostrou, não em todos mas em tudo, bem à altura do que julgava”.

A verdade é que o Brasil, há anos, vem sendo destruído por interesses políticos e econômicos que não guardam qualquer ligação com a existência de um país como o que somos, transformando o Brasil em um chiqueiro, onde porcos refocilam em busca de vermes.

Separo um trecho, logo após definir  a presidência de Temer ” literalmente [como] um caso de polícia”:



O país não é parte desse enredo. Desde meados de 2014, quando a campanha eleitoral se intensificou com acirramentos e baixarias, são exatos três anos em que tudo nos níveis de condução do país consistiu em ações por interesses pessoais ou grupais. Aí incluída a reviravolta de Dilma para a política econômica “do mercado”, que o impeachment buscou por outros meios. E incluído também o dirigismo da Lava Jato, até que as delações da Odebrecht, por iniciativa sua, abrissem um pouco o leque.

Tudo no Brasil se agravou na cadência, dia a dia, desses três anos. Nenhuma força, política ou econômica, pôs os olhos e a voz para além dos seus interesses. Seu contato com o restante do país se fez apenas por intermédio das PMs, na repressão a segmentos de povo mobilizado por direitos seus ameaçados ou já mutilados.

Os Estados desabam, mesmo o rico São Paulo faz pedaladas fiscais e estatísticas para esconder as perdas da educação. No rastro dos Estados, vão os municípios. O desemprego e seus reflexos, sociais e urbanos, crescem como epidemia de desesperos e inseguranças. O Brasil está no mapa mas não está no mundo, carente de ação externa e sucumbido à humilhação de país carcomido pela corrupção.

Esse seria o Brasil que Temer, se o TSE o derrotasse, teria apoios poderosos para manter, desde que comprasse ao Congresso as medidas desejadas pelo “mercado”. Esse será o Brasil que Temer, favorecido pelo TSE, terá apoio para manter, se proporcionar a transformação de direitos trabalhistas e sociais em maiores ganhos empresariais. E se não for interrompido pela polícia

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Nº 21.605 - "Sucesso de Lula nas pesquisas evidencia Lava Jato como principal oponente"

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12/06/2017

Sucesso de Lula nas pesquisas evidencia Lava Jato como principal oponente



Jornal GGN - 12/06/2017



Jornal GGN - O desempenho de Lula nas pesquisas de opinião ressalta que apenas a Lava Jato desponta como seu principal oponente. Isso porque o ex-presidente vence de todos os potenciais candidatos da eleição de 2018. Só na última Vox Populi, ele foi citado por 40% dos entrevistados na sondagem de voto espontâneo. Apesar disso, Lula corre o risco de não poder disputar o Palácio do Planalto por causa da força-tarefa da Curitiba.
 
Os procuradores liderados por Deltan Dallagnol estão determinados a obter a condenação do petista até em segunda instância. Para isso, chegam a levantar teses de "elasticidade das provas" no caso triplex, que é o mais adiantado. Às vésperas de ser concluído por Sergio Moro, o processo acabou virando, para o Ministério Público Federal, um pleito por reconhecer a dificuldade de provas os crimes imputados a Lula.
 
 
Por Miguel Martins e Rodrigo Marins 
 
 
Na CartaCapital
 
A resiliência de Lula impressiona. Alvo preferencial da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, o ex-presidente continua a subir nas pesquisas, ao contrário de seus adversários citados em escândalos.
 
Encomendada pela Central Única dos Trabalhadores, a mais recente sondagem do instituto Vox Populi, divulgada na terça-feira 6, revela um candidato imbatível tanto no primeiro quanto no segundo turno.
 
O petista ostenta impressionantes 40% das intenções de voto espontâneo, quando não são apresentados aos entrevistados os nomes dos prováveis postulantes, seguido à larguíssima distância pelo ultradireitista Jair Bolsonaro (8%), pela ex-senadora Marina Silva (2%) e pelo juiz federal Sergio Moro (2%), mais um delírio da casa-grande em busca desesperada por um oponente viável.
 
Enquanto o petista escala nas preferências do eleitorado, as intenções de voto dos tucanos evaporam dia após dia. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o prefeito da capital paulista, João Doria, figuram, cada um, com míseros 1% das menções espontâneas.
 
O senador Aécio Neves, afastado do mandato parlamentar por decisão do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, nem sequer chega a pontuar. Não causa surpresa, portanto, a relutância do PSDB em abandonar o moribundo governo de Michel Temer, assim como a enfática defesa do partido pelas eleições indiretas.
 
O repentino e cínico apego à norma constitucional, a entregar ao Congresso a tarefa de escolher um substituto em caso de vacância do poder, confunde-se com o pavor das urnas e a ausência de votos.
 
As respostas estimuladas apenas confirmam o favoritismo de Lula. Com Alckmin como candidato do PSDB, o petista tem 45% dos votos no primeiro turno, ante 29% de seus adversários somados. Bolsonaro (PSC) aparece com 13%, seguido de Marina (Rede), com 8%.
 
Alckmin e Ciro Gomes (PDT), empatados com 4%. Se o postulante tucano for Doria, o cenário é semelhante: Lula tem 45%, ante 30% de seus rivais. Nesse caso, Bolsonaro tem 12%, Marina, 9%, Ciro, 5%, e Doria, 4%.
 
O melhor cenário para Lula é, porém, ter Aécio como adversário. O tucano aparece com 1%, atrás de Ciro (5%), Marina (9%) e Bolsonaro (13%). Neste cenário, o petista chega a 46% das intenções de voto no primeiro turno, ante 28% dos rivais.
 
Em todas as projeções de segundo turno o ex-presidente amealha mais de 50% dos votos, muito à frente de Alckmin (11%), Doria (13%), Aécio (5%) e Marina Silva (15%). Ao todo, foram entrevistados 2.001 brasileiros com mais de 16 anos, em 118 municípios de todos os estados e do Distrito Federal, entre os dias 2 e 4 de junho. A margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos.
 
Durante o 6º Congresso Nacional do PT, no domingo 4, quando a senadora Gleisi Hoffmann tornou-se a primeira mulher eleita para presidir o partido em 37 anos de história, as lideranças do partido reforçaram apoio incondicional a Lula na disputa presidencial.
 
Diante da ameaça de ter a candidatura inviabilizada por uma eventual condenação em segunda instância, a legenda demonstrou a disposição de partir para o enfrentamento político em vez de cogitar um plano B.
 
Uma das principais resoluções aprovadas pelos delegados foi a “posição inegociável pelas Diretas Já”, enfatizando que os parlamentares petistas não participarão de um eventual colégio eleitoral destinado a escolher, indiretamente, o sucessor de Temer em caso de renúncia, impeachment ou cassação de seu mandato.
 
Desta vez, Lula demonstra não estar disposto a repetir a estratégia de conciliação com as elites, que marcou os seus dois mandatos, de 2003 a 2010. “Neste momento, o PT tem de radicalizar o que puder na defesa do direito de as pessoas viverem com decência”, discursou na abertura do 6º Congresso do PT. “O ódio não vem de baixo. O ódio vem de cima, porque eles não querem que a gente suba nem um degrau na escala social.”
 
Segundo colocado na disputa pela presidência do PT, com 38% dos votos válidos, o senador Lindbergh Farias diz estar satisfeito com as teses aprovadas pelo Congresso do PT. “Busquei o confronto com aqueles que acreditam ser possível, hoje, repetir a estratégia de 2003.
 
Na verdade, devemos estar preparados para a guerra, para enfrentar esse golpe patrocinado pela burguesia brasileira, que rasgou a Constituição de 1988”, diz o parlamentar, reconduzido à Liderança do PT no Senado na noite da quarta-feira 7. “Precisamos de reforma profunda no sistema tributário, extremamente desigual, e rediscutir o sistema da dívida pública, que transfere 35% do Orçamento para os rentistas.
 
São pontos centrais, que foram aprovados pelo partido. Outro aspecto positivo foi a censura à política econômica vacilante que tivemos com o ministro Joaquim Levy, no segundo mandato de Dilma.”
 
Réu em cinco ações penais da Lava Jato, Lula reiterou à militância do partido ser vítima de uma perseguição política, fruto de uma articulação de setores do Judiciário com a mídia. “Já provei minha inocência, agora exijo que provem minha culpa. Cada mentira contada será desmontada”, afirmou. “Um dia o Willian Bonner vai pedir desculpas ao PT por tudo que fizeram.”
 
De fato, é cada vez mais cristalino o empenho da República de Curitiba em tirar o petista da corrida eleitoral. Na sexta-feira 2, a equipe de procuradores liderada por Deltan Dallagnol apresentou as alegações finais ao juiz Sérgio Moro contra Lula no caso do triplex do Guarujá.
 
Além de pedir a condenação do ex-presidente em regime fechado, o Ministério Público requer o pagamento pelo petista de uma multa de 87 milhões de reais. Embora Lula seja apontado como beneficiário de 3,7 milhões de reais na forma da aquisição e reforma do imóvel e também do armazenamento de seu acervo pessoal, Dallagnol e sua equipe querem que o ex-presidente pague o vultoso valor, relativo a todos os desvios apurados em contratos da OAS com a Petrobras, a partir da tese de que ele é o suposto “comandante” do esquema de propinas da OAS com a Petrobras.
 
São ecos da teoria do domínio do fato, entendimento que permitiu a condenação do ex-ministro José Dirceu no caso do “mensalão”. A conexão com o julgamento comandado por Joaquim Barbosa em 2012 é reforçada pelos próprios procuradores da Lava Jato, dispostos a adular Moro com suas próprias teses. Nas alegações finais contra Lula, os procuradores mencionam um dos votos da ministra Rosa Weber no “mensalão”.
 
Na ocasião, a magistrada defendeu a “maior elasticidade da prova de acusação” e chegou a comparar o crime de corrupção com o de estupro. “No estupro, em regra, é quase impossível uma prova testemunhal, possibilitando-se a condenação do acusado com base na versão da vítima sobre os fatos (...). Nos delitos de poder não pode ser diferente.”
 
Não é circunstancial a menção ao voto de Rosa Weber: No processo do “mensalão”, Moro foi o assessor jurídico da ministra, e teve grande influência na tese da admissão elástica de provas no caso. A partir da mesma perspectiva, os procuradores pedem 87 milhões de reais como multa para sustentar sua tese de que Lula era o “comandante do esquema”.
 
Provas cabais? Nenhuma, como os próprios procuradores reconhecem. Nas alegações, eles afirmam que “a solução mais razoável é reconhecer a dificuldade probatória e, tendo ela como pano de fundo, medir adequadamente o ônus da acusação”. Parece um deboche ao Estado de Direito, como se o dever de provar uma acusação pudesse ser relativizado.
 
A confissão de elementos probatórios frágeis explica a obsessão do Ministério Público em recuperar decisões do “mensalão”, primeiro capítulo no qual o Judiciário decidiu abrir mão de provas substanciais com o intuito de condenar integrantes do PT.
 
Os argumentos levantados pelos procuradores foram alvo de críticas do advogado Cristiano Zanin Martins, defensor de Lula. De acordo com ele, as acusações seguiram “a absurda lógica do PowerPoint”, uma referência à apresentação da denúncia contra Lula por Dallagnol em 2016.
 
Na ocasião, o procurador apontou Lula como “comandante máximo” e reforçou sua “convicção” ao expor um slide em que o nome do petista surgia ao centro, circundado por 14 razões pelas quais o procurador o considerava principal beneficiário do esquema.
 
A má vontade com Lula contrasta com a benevolência com que é tratado seu delator. Léo Pinheiro, da OAS, nem sequer tem um acordo de colaboração premiada com a Justiça, mas foi beneficiado com um pedido do Ministério Público para ter sua pena reduzida pela metade por ter “prestado esclarecimentos” à Justiça.
 
Por “esclarecimentos” entenda-se a mudança de versão para se beneficiar. Em seus primeiros depoimentos, o empreiteiro afirmou que as obras da OAS no triplex e no sítio de Atibaia foram uma forma de agradar Lula, e não contrapartidas a algum benefício que o grupo tenha recebido.
 
Em abril deste ano, Pinheiro passou a atribuir a Lula a posse do apartamento e ainda afirmou que o ex-presidente o orientou a destruir provas do pagamento de propinas ao PT. Argumentos sob medida aos inquisidores da Lava Jato.
 
Ameaçado pelas delações da JBS, Temer mobiliza a sua base para avançar nas reformas prometidas ao mercado. Na terça-feira 6, conseguiu aprovar a reforma trabalhista na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, ainda que por um placar apertado: 14 votos a 11.
 
Com ou sem a liderança do atual mandatário, o setor patronal não quer perder a oportunidade de aprovar as impopulares medidas, razão pela qual os promotores do impeachment nem querem ouvir falar de eleições diretas caso Temer perca o mandato. Dessa forma, seria possível escolher alguém “confiável” para tocar a agenda de retrocessos.
 
Aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado, uma emenda constitucional prevê a realização de eleições diretas em caso de vacância do poder nos três primeiros anos de mandato.
 
A atual base de Temer evoca, porém, o artigo 18 da Constituição Federal para impedir que o povo retorne às urnas ainda em 2017. “A lei que alterar o processo eleitoral só entrará em vigor um ano após sua promulgação”, diz o texto.
 
Articulador da Frente Parlamentar pelas Diretas Já, lançada na quarta-feira 7, o senador João Capiberibe, do PSB do Amapá, enfatiza que as eleições indiretas não foram regulamentadas pelo Congresso, e a interpretação sobre a aplicação da emenda, imediata ou não, compete ao STF.
 
“Sinceramente, duvido muito que os ministros da Corte irão retirar do povo o direito de escolher seu representante.” O colega Roberto Requião, do PMDB do Paraná, não é tão otimista, mas observa que os humores da população podem alterar o cenário no Parlamento, já entregue aos conchavos por eleições indiretas.
 
“Não podemos desconsiderar a constante mutação de fatores. ‘A política é como nuvem. Você olha e ela está de um jeito. Olha de novo e ela já mudou’. Poético, não?”, diz Requião, ao evocar a máxima atribuída a Magalhães Pinto, chanceler do ditador Costa e Silva.
 
A pesquisa CUT/Vox Populi revela que 89% dos brasileiros desejam escolher sem intermediários o sucessor de Temer, caso ele venha a renunciar ou perder o mandato. No próximo dia 30, as centrais sindicais preparam uma nova greve geral, contra as reformas e pelas Diretas Já.
 
Se o desejo captado pelas pesquisas refluir para as ruas, será cada vez mais difícil os congressistas ignorarem os apelos da população, aposta Capiberibe. 

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Nº 21.606 - "Temer avalizou propina de R$ 10 milhões, afirma dono da Gol"


12/06/2017


Temer avalizou propina de R$ 10 milhões, afirma dono da Gol


Do Cafezinho - Escrito por Luis Edmundo, Postado em Redação


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Foto: Valter Campanato/Agência Brasil


Do Valor.

Dono da Gol acusa Temer de “avalizar” propina de R$ 10 milhões ao PMDB

O empresário Henrique Constantino, um dos fundadores da Gol Linhas Aéreas, relatou a procuradores da República em Brasília que o presidente Michel Temer avalizou uma contribuição ilegal de R$ 10 milhões de suas empresas a políticos do PMDB e a campanhas em 2012, na época em que era vice-presidente.


Em seu relato, Constantino conta que fez o acerto com o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que então o teria levado a Temer para validar o acordo. No entanto, disse o empresário, Cunha não falou sobre propina na presença de Temer, mas sobre o compromisso do seu grupo de empresas de apoiar o partido e o grupo político do vice-presidente — o que, segundo Constantino, foi entendido como uma forma de avalizar os pagamentos.

Além de Cunha e Temer, o ex-deputado federal Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) também teria participado do encontro, que não consta da agenda oficial da Vice-Presidência da República.

Constantino tenta há meses celebrar um acordo de colaboração premiada. A assessoria de Temer não respondeu por que o encontro citado por por Henrique Constantino não constou de sua agenda oficial ou se o agora presidente, de fato, se encontrou com o empresário. Por meio de sua assessoria, Temer disse “jamais saber que Eduardo Cunha tenha feito qualquer tipo de acordo com Henrique Constantino”.
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Nº 21.607 - "Multidões continuam a pedir Diretas Já por todo o país"

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12/06/2017


Multidões continuam a pedir Diretas Já por todo o país



Do Cafezinho - 12/06/2017- Escrito por Luis Edmundo, Postado em Redação
Foto: Movimento Diretas Já
Depois do Rio de Janeiro e de São Paulo, outras grandes capitais do país reuniram neste domingo multidões em atos por eleições Diretas Já. Em Salvador, mais de 50 mil pessoas tomaram o Farol da Barra, cartão postal da cidade, onde as cantoras Daniela Mercury e Margareth Menezes, entre outros artistas, se apresentaram pedindo Fora Temer e Diretas Já.
A manifestação em Porto Alegre foi no Parque da Redenção e também teve o apoio de artistas como Bagre e Ernesto Fagundes, Hique Gomez, Antônio Villeroy, Negras em Canto, Bebeto Alves, Nani Medeiros e Raul Elwanger.
Recife também teve seu ato pelas Diretas Já neste domingo, no Cais da Alfândega, no Centro da cidade. O ato na capital pernambucana. também teve a participação de artistas, como Marco Polo, Fábio Trummer, Canibal, Beth de Oxum, Banda Rossi, Juliano Holanda, Roger de Renor, Mônica Feijó, Fred Zero Quatro e a Banda Rossi.
Em São Paulo, movimentos de mulheres e organizações feministas fizeram ato-show no Largo do Arouche. Convocado por artistas, intelectuais e atletas, o ato teve a participação das cantoras Maria Gadú, Tulipa Ruiz, Ana Cañas, Lurdez da Luz, entre outras.
Abaixo, segue um vídeo de Salvador do Facebook da Midia NinjaLuis Edmundo
editor associado em O Cafezinho
Luis Edmundo Araujo é jornalista e mora no Rio de Janeiro desde que nasceu, em 1972. Foi repórter do jornal O Fluminense, do Jornal do Brasil e das finadas revistas Incrível e Istoé Gente. No Jornal do Commercio, foi editor por 11 anos, até o fim do jornal, em maio de 2016.

Nº 21.606 - "Dono da Odebrecht, Emílio diz que não teve negócios com Lula"


12/06/2017

Dono da Odebrecht, Emílio diz que não teve negócios com Lula


Do Tijolaço  · 12/06/2017


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emilio

Por Fenando Brito 

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Nas centenas de textos que a imprensa publicou sobre os documentos da Odebrecht, Lula é referido do o “o amigo do seu pai”, numa referência ao relacionamento entre Emílio, dono da empreiteira que leva seu nome pai de seu presidente, Marcelo, com Lula.

Aliás, Marcelo Odebrecht diz que tinha  um mau relacionamento com o ex-presidente: “O Lula nunca gostou de mim. Quem sempre tratou de tudo com ele foram o meu pai e o Alexandrino (Alencar, diretor de relações institucionais)”disse ele num depoimento à Procuradoria Geral da República.

Portanto, nada mais natural, se houvesse pedidos de Lula, estes fossem feitos a Emilio Odebrecht ou dele fosse de conhecimento.

Hoje, na sua reinquirição de Sérgio Moro ao patriarca da empreiteira, Emílio, na desccrição insuspeita de O Globo, “negou envolvimento em contratos firmados entre a Petrobras e Odebrecht que teriam sido celebrados em troca de uma futura compra de um terreno para o Instituto Lula”.

O advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, também perguntou se Emílio manteve reuniões com outros ex-presidentes da República que antecederam Lula no cargo. O empresário confirmou:

— Desde a minha entrada na organização, praticamente todos ex-presidentes. Discutia várias coisas de interesse nacional, aquilo que era importante para o Brasil continuar crescendo – disse Emílio(…)

A outra pessoa que Marcelo Odebrecht disse ter relacionamento com Lula, Alexandrino Alencar, no seu depoimento, dias atrás, também negou ter tratado com o ex-presidente do tal terreno para o Instituto mas, ao contrário, havia recebido a incumbência do próprio Marcelo, que também o informou que o valor seria apropriado de uma suposta conta “Italiano”.

É de supor que, se Lula fosse pedir um terreno, o pediria àqueles com quem tinha relacionamento mais próximo. E ambos dizem que não pediu nada a eles e, muito menos, que fosse posto na conta de isso ou aquilo.

Como diz o ex-delegado federal Armando Coelho Neto, Lula está sendo processado pelo crime do “IA”: Ia receber, ia ganhar, ia se apropriar. Se é que ia, não foi.

Não foi, mas vai ser condenado por Sérgio Moro, Se não pelo triplex, pelo sítio; se não pelo sítio, pelo prédio; se não pelo prédio, pelos caixotes.

Mas certamente por ser o favorito nas eleições de 2018, como convém a processos que só tem de sólido o interesse político.
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Nº 21.607 - "Dois caras roubaram: o Kassab e o MT!"


12/06/2017

Dois caras roubaram: o Kassab e o MT!


Barrocal: Cel. Lima e Loures levam MT à cadeia (cedo ou tarde)


Do Conversa Afiada - publicado 12/06/2017

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Reprodução: Carta Capital
André Barrocal tem sido devastador, como demonstram resumos no Conversa Afiadaaqui e aqui.
Na Carta Capital dessa semana, onde se destaca, também, Mauricio Dias, Barrocal mostra como o coronel Lima - esse que a PF flagrou no ato de destruir provas, como demonstra o Mario Cesar Carvalho, e o Loures, o que escondeu o roubo (para o MTna casa da mamãe, estão presos ao cordão umbelical do Traíra como o Ministro Gilmar Mendes ao do Mineirinho.
Mostra Barrocal:
‣ o cel. Lima é sócio da Argeplan, empresa que faz negócios (escusos) com o poder público quando o PMDB está por perto;

‣ Temer fez de Loures vice-tesoureiro (êpa! Êpa!) tesoureiro
 (sic) do PMDB de 2010 a 2016;

‣ "O Michel Temer fez uma coisa muito deselegante. Nessa eleição, eu só vi dois caras roubar. Um foi o Kassab, o outro foi Temer" - disse o delator Saud, da JBS. Na ocasião, um milhão ficou com o coronel Lima!";

‣ "Conversa de Saud com Loures, abril passado. Diz que Celso é muito amigo de Temer e refere-se a Grecco. O primeiro confirma. E o homem da mala já leva 500 mil."
("Celso"é Antonio Celso Grecco, dono da Rodrimar, "empresa" sob investigação da PF. Ele e Temer formam uma especie de "família", desde que roubaram juntos em Santos.)

‣ "Com a ajuda de Cunha em 2013, na votação da MP 595/12, e depois da nomeação do amigo Edinho Araújo para o Ministério dos Portos, Temer garantiu a renovação da concessão à Libra, apesar da dívida de R$ 2 bilhões às Docas (de Santos)".(Essa foi a edificante parceria do MT com o Cunha, na votação da MP dos "Porcos", quando a patranha contou com a valiosa colaboração do Pauzinho do Dantas e o Eduardo Campos, do jatinho sem dono... Não foi à toa que o Ciro Gomes disse que o MT e o Cunha penduravam jabutis nas MPs para tomar uma grana...)
PHA
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Nº 21.608 - "Frente ampla por Diretas Já: a saída contra a desconstrução nacional"


12/06/2017

Frente ampla por Diretas Já: a saída contra a desconstrução nacional


Blog Roberto Amaral - 09/06/2017


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Roberto Amaral

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Ao mesmo tempo em que nasce um projeto de democracia popular, julgamento no TSE expõe a miséria do Poder Judiciário

Parlamentares, movimentos e centrais sindicais unidos na Frente Suprapartidária pelas Diretas Já
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O processo político de nossos dias deve ser festejado pelo seu caráter mais significativo, que é a retomada das ruas pelas massas organizadas, indicando uma salutar decisão de participar da reconstrução republicana. Esse processo supera o voluntarismo das “jornadas de junho” de 2013, marco da mudança qualitativa da recente participação popular na vida política, e denuncia a falência da democracia representativa, esta que ainda praticamos, abrindo espaço para novas formas de democracia participativa, já previstas no pacto de que resultou a Constituição de 1988.

Evitando de novo o espontaneísmo e o engodo, com os pés na realidade e sem ilusões relativas ao quadro de desafios, devemos destacar a unidade dos movimentos popular e sindical, de que decorrem  seguidas ações de massa reunindo trabalhadores, estudantes, camponeses e intelectuais, como as recentes mobilizações em Brasília, no Rio de Janeiro (Copacabana) e em São Paulo (ato de artistas e intelectuais no Largo da Batata).

De todos, porém, o movimento mais importante foi sem dúvida a vitoriosa greve de 24 de março. Ela registra o despertar do movimento sindical para a luta política, o que só foi possível graças à maturidade a que parece haverem chegado as centrais sindicais, superando suas divergências e disputas, poucas ditadas por razões ideológicas.

Enquanto em todo o País surgem grupos de ação os mais diversos, consolida-se a convicção de que a política de frente ampla é a grande alternativa para barrar a desconstrução nacional e realizar um projeto de democracia nacional-popular. Neste sentido é do maior significado a instalação, em Brasília, na Câmara dos Deputados, da Frente Suprapartidária pelas Diretas Já, constituída de parlamentares filiados às mais diversas siglas e comprometidos com as mais diversas correntes de pensamento.

A política de frentes populares e de esquerda, transitando, como núcleos, para frentes políticas as mais amplas nos termos do atual espectro político-ideológico, começa, assim, a dar seus frutos. É a pedagogia da práxis. Nesse projeto, as frentes políticas, como a Frente Povo sem Medo e a Frente Brasil Popular, desempenharam papel crucial reunindo partidos, centrais sindicais e movimentos sociais, e com eles ajudando a construção da unidade do campo popular.

De outra parte, a cada dia os órgãos da representação política, e à frente de todo o Congresso Nacional, mais se afastam da soberania popular, exaurindo sua legitimidade. Causa espécie a surdez parlamentar em face da voz das ruas, pois, penduricalho cartorial do ‘mercado’ (papel que o deputado Rodrigo Maia atribui à Casa que preside), Câmara e Senado se esmeram no afã de destruir o que ainda nos resta de Estado social e nação.  De outra parte, chefiado por um presidente ilegítimo, o Executivo se afunda em sua desordem moral, que parece sem fim.

Não é mero acaso a prisão de mais um ex-ministro de Michel Temer; não é irrelevante surpreender o ainda presidente da República viajando em jatinho da família Batista; não é curial  o ainda presidente ser flagrado como intermediário de propina entre a construtora OAS e o PMDB; não é menos denotativo do verdadeiro “mar de lama” que afoga os timoneiros do Palácio do Planalto a prisão de mais um auxiliar do ainda presidente Temer, o ex-deputado Rodrigo Loures, que passará para a história como o “homem da mala” de Michel Temer.

Legislativo e Executivo são, hoje, ilhas, olimpos, casamatas isoladas do povo, de costas para a nação, contra a qual traficam. Daí, e trata-se de um só exemplo, o avanço das reformas trabalhista (real revogação da CLT) e previdenciária; daí a insensibilidade diante do pleito da sociedade por eleições diretas, oportunidade última de salvar as instituições, mediante o sopro da legitimidade decorrente da soberania do voto.

Não temos razões fáticas para ter ilusões relativamente ao Poder Judiciário, instituição por natureza e composição conservadora. Lamentavelmente o ministro Gilmar Mendes não é uma figura isolada.
A grande imprensa, no Brasil um partido de direita, com projeto próprio, impôs o monopólio do pensamento único e se transformou em poderosa trincheira da luta ideológica, fazendo o jogo do capital rentista.

Dando sustentáculo à ilegitimidade desses poderes ergue-se a coalizão antinacional que nos governa com o apoio majoritário do poder econômico, aferrado às “reformas” cobradas pelo capital rentista, qualquer que seja o quadro político ou institucional. Para nossas classes dominantes, democracia e legitimidade são abstrações toleradas somente quando postas a serviço de seus interesses.
Essas observações querem dizer que temos uma longa jornada à frente.

No lançamento do Plano Popular de Emergência, proposta da Frente Brasil Popular para “restabelecer a ordem constitucional democrática, defender a soberania nacional, enfrentar a crise econômica, reverter o desmonte do Estado e salvar as conquistas históricas do povo trabalhador”, João Pedro Stédile advertiu que à espera dos movimentos sociais estava uma “longa maratona cheia de obstáculos”, porque o Fora Temer, embora indispensável, é apenas o ponto de partida de uma grande luta que apenas se inicia.

Pois não se trata, tão só, de trocar um presidente ilegítimo por outro, um sátrapa por outro, um títere por outro, Francisco por Chico, mas substituir o atual impostor por um delegado dos interesses populares, devolvendo à Presidência a legitimidade de que carece o atual inquilino. Daí o pleito pelas Diretas Já, a fórmula possível nas circunstâncias para a eleição de um representante das forças populares, comprometido com a defesa dos interesses dos trabalhadores, os interesses das grandes maiorias.

Só um presidente legitimado pelo voto popular tem condições de interromper a desconstrução do Estado e da nação, a destruição da economia nacional, o desemprego e a recessão. Só um governo alimentado pela legitimidade pode retomar o desenvolvimento com distribuição de renda e a defesa nacional.

Só um presidente legítimo e apoiado nos movimentos sociais poderá, como assinala o Plano Popular de Emergência da Frente Brasil Popular, promover “as reformas estruturais necessárias para romper com o modelo de capitalismo dependente que tem produzido, entre outras chagas, o empobrecimento dos trabalhadores, especialmente das trabalhadoras e da população negra, injustiça social extrema, perda de independência e recessão econômica, ao mesmo tempo em que concentra renda, riqueza e propriedade nas mãos de um punhado de barões do capital”. O Fora Temer é um ponto de partida.

TSE

No momento em que escrevo, quinta-feira 8, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) conclui a terceira sessão de julgamento da chapa Dilma-Temer, em ação interposta pelo PSDB logo após a derrota de seu candidato a presidente, em 2014.

Pela sua relevância – mas principalmente em face de consequências sabidas e temidas –, o julgamento foi transformado em espetáculo televisivo,  com todos os ingredientes (inclusive torcida), e nesses termos está sendo tratado pela imprensa, ávida de audiência. Até aqui há por destacar, por contrastantes, de um lado, o comportamento sério e decoroso do ministro relator, Herman Benjamin, e, de outro, o nada surpreendente comportamento grosseiro, prepotente e aético do ministro presidente, o inefável Gilmar Mendes, conhecido como líder do governo no STF e, agora, no TSE, assumindo sem disfarce o deplorável papel de advogado de defesa do mandato de Michel Temer, mas advogado privilegiado, pois com direito a voto.

Enquanto o julgamento prossegue, com a sede do TSE sob o cerco de 1.200 policiais militares (de qual ameaça o autoritarismo está pretendendo proteger nossos ministros?), as dúvidas sobre o juízo final vão se desfazendo e cresce a convicção de que, como de regra, o julgamento será uma vez mais político, partidariamente político, porque nossa Justiça julga politicamente, como todo Tribunal, aliás, à mercê de todos os grupos de pressão; o que nos distingue dos demais poderes judiciais é que o nosso, admitindo todas as pressões, só rejeita a pressão popular.

Assim sem povo, e contra o povo – um excedente em nossa História desde a Colônia –, se escreve no TSE e adjacências mais um capítulo de nossa saga. Não estamos longe, pois, de mais um acerto de cúpula impondo à sociedade o concerto dos interesses do poder econômico, nomeadamente os interesses dos rentistas da Avenida Paulista, liderados pela Fiesp e suas congêneres.

Enquanto o TSE se reúne, em sua bolha, imune aos gritos e aos reclamos do povo, no mundo real é preso mais um ex-ministro de Temer, o ex-deputado Henrique Eduardo Alves, e o ainda presidente da República surge como intermediário de propina da Construtora OAS, cujo dono, ainda preso, se fez delator da Lava Jato.

Esse julgamento, no qual seguramente os interesses político-partidários sobrelevarão sobre razões jurídicas e fáticas, depois de esviscerar as entranhas do processo eleitoral, está prestando grande serviço ao País ao pôr a nu a miséria do Poder Judiciário.
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Nº 21.609 - "FRENTE BRASIL POPULAR LANÇA PROGRAMA DE EMERGÊNCIA PARA O BRASIL"

12/06/2017


Frente Brasil Popular lança programa de emergência para o Brasil

Fernando Brito

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Na Galeria dos Empregados do Comercio, no centro do Rio, está sendo feito o lançamento carioca do Plano de Emergência da Frente Brasil Popular, apresentado semana passada em São Paulo. 

O plano tem dez grandes áreas e, na sua introdução, diz que pretende  “restabelecer a ordem constitucional democrática, defender a soberania nacional, enfrentar a crise econômica, reverter o desmonte do Estado e salvar as conquistas históricas do povo trabalhador”.



Assista, ao vivo:
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Nº 21.610 - "A eleição começou"


13/06/2017


A eleição começou


Carta Capital  — publicado 10/06/2017 00h04, última modificação 09/06/2017 10h16



O anúncio de Lula, cada vez mais favorito às eleições presidenciais, ecoa com força em Brasília ao som samba de Temer, “daqui não saio”

Lula Marques/Agência PT

“Já mudei três vezes de opinião.” (Do ministro tucano Bruno Araújo, que, afinal, subiu no muro diante da indecisão do PSDB de ficar ou romper com o governo Temer)

por Maurício Dias

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Mauricio Dias
eleição para presidente da República, em outubro de 2018, ainda está muito longe. É o que a nós parece. Para quem pretende, entretanto, entrar na disputa, a competição já começou. É assim que Lula, um provável candidato com grande chance de vitória, segundo todas as pesquisas, encara o tempo: “2018 está longe para quem não tem esperança. Para nós está logo ali, já começou”.   
Nessa perspectiva, com um discurso de vigorosa crença no que falava, o ex-presidente Lula abriu o 6º Congresso Nacional do PT, realizado em Brasília, hoje capital da balbúrdia política provocada pelo estribilho sambístico manhoso “daqui não saio”, de Michel Temer.
A assustadora presença de Lula como competidor em eleição direta, aparentemente inevitável em 2018, solidifica no campo reacionário a solução por eleição indireta, como prescreve a lei. Mas nessa lei, a Constituição, não está incluída a Cláusula Pétrea. Em sendo assim, pode ser mudada. 
O cenário mostrado por uma enquete, e não pesquisa, apresentado pelo Datafolha na semana passada, sugere uma sucessão de possibilidades. E, seguindo a regra constitucional, o deputado Rodrigo Maia assumiria o poder. Quem apostaria, entretanto, nesse desfecho político?

Pesquisa mais recente sobre a possibilidade de um confronto eleitoral direto, em 2018, feita pelo instituto Vox Populi, mostra números assustadores para os já assustados competidores de Lula. A pesquisa desmonta o mito de que o ex-presidente perderá no segundo turno, em razão da aliança reacionária. Verifique-se a questão.

Caso a eleição fosse hoje, Lula venceria o primeiro turno com 52% das intenções de voto, se, por exemplo, o candidato adversário fosse o tucano Geraldo Alckmin, que ficaria com modestos 11% dos votos. Se o prefeito paulistano, João Doria, entrasse no jogo, Lula perderia 1 ponto e Doria teria 13%.

Nem tudo, no entanto, é resolvido pelos eleitores de São Paulo. O ninho tucano foi desfeito. Alckmin, atingido pela Lava Jato, deixaria espaço para Doria. Aécio Neves acabou. Não há alternativas para a disputa com Lula: Marina, Jair Bolsonaro, Sergio Moro ou Joaquim Barbosa também perderiam o confronto.

A presença de Lula na disputa, mesmo em um inesperado caso de derrota, teria uma razão a mais de ser. Ele poderia resgatar a imagem do Partido dos Trabalhadores. Nas eleições de 2016, o PT, após o golpe bem-sucedido contra Dilma, ficou entregue ao terremoto midiático. Exemplo: dos 5,18 mil vereadores das eleições municipais de 2012 o número caiu para 2,8 mil nas eleições de 2016.
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Nº 21.611 - "Imperdível: Deputado Silvio Costa diz tudo o que deveria ser dito"

Nº 21.612 - "Miguel Reale Jr. simboliza milhares de patos enganados pelo PSDB porque queriam se enganar. Por Kiko Nogueira"


13/06/2017


Miguel Reale Jr. simboliza milhares de patos enganados pelo PSDB porque queriam se enganar. Por Kiko Nogueira


Diário do Centro do Mundo -  13 de junho de 2017


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Por Kiko Nogueira 

Quando certa manhã Miguel Reale Júnior acordou de sonhos intranquilos, encontrou-se em sua cama metamorfoseado num pato monstruoso.

Reale foi um dos autores — os outros dois foram Janaina Paschoal e Hélio Bicudo — da peça que serviu de base para o impeachment de Dilma Rousseff.

Em seu discurso no Senado, ele disse o seguinte:

“Esse pedido, eu queria destacar, Srs. Senadores, é assinado também pelos movimentos sociais que mobilizaram o País ao longo de todo o ano de 2015. São os movimentos Vem pra Rua, Movimento Brasil Livre e os movimentos contra a corrupção. Não se trata, portanto, exclusivamente de uma iniciativa pessoal, porque vem corroborado por milhões e milhões de brasileiros”.

Na última segunda, Dia dos Namorados, Reale anunciou que vai se desfiliar do PSDB depois que o partido anunciou que continuará com o governo Temer.

Ex-ministro da Justiça de FHC, ele se declara cansado.

“Espero que o partido encontre um muro suficientemente grande que possa servir de túmulo”, falou ao Estadão.

“Foi difícil sair de um partido do qual fui vice-presidente em São Paulo, amigo de todos seus dirigentes, compartilhei ideais e esperanças, mas desisti diante de tantas vacilações e fragilidades onde não se pode ser fraco, que é diante da afronta à ética”.

Reale é o epítome do coxinha que foi às avenidas paulistas bater panela contra a “roubalheira do PT” e a “ditadura bolivariana” e agora finge estar surpreso com o resultado.

Em busca dos votos do PMDB no Senado para salvar Aécio Neves da cassação, o PSDB mantém o casamento com Temer.

Aécio, como se viu nos grampos, não é apenas uma liderança consagrada dos tucanos: é um operador que distribuía dinheiro para todos eles.

De Serra a Alckmin, passando por Tasso Jereissati e Marconi Perillo e Zezé Perrella — os tentáculos de Aécio estão por todos os lados. Como se livrar do sujeito sem queimar os outros?

Agora: Miguel Reale não sabia do Mineirinho? Miguel Reale nunca ouviu falar das barbaridades de Aécio em Minas ao longo de décadas? Miguel Reale não sabia que, com Dilma fora, assumiria Michel Temer? Miguel Reale não conhecia Michel Temer e nem Eduardo Cunha?

Miguel Reale Junior e as milícias fascistoides em nome das quais ele agiu foram enganados porque queriam ser enganados. No bojo da farsa, entregaram o país a essas duas velhas gangues.

Reale já pode cantar o hit da dupla Henrique e Diego, com a mãozinha no coração e piscando para a plateia: “Co, co, copinho descartável/Me usou, amassou e jogou fora/E agora, meu amor, o que é que eu faço/Sem você o meu coração chora”.


Kiko Nogueira. Diretor-adjunto do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.
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Nº 21.613 - "Cantanhêde: grampo na PGR. Viramos o país da meganhagem"

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13/06/2017



Cantanhêde: grampo na PGR. Viramos o país da meganhagem


Do Tijolaço· 13/06/2017


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arapaltonivel


Fernando Brito

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É a insuspeita Eliane Cantanhêde quem diz, no  Estadão, que a Procuradoria-Geral da República (PGR) descobriu que “um dos seus telefones funcionais estava grampeado”.

Que não reclamem, ou se forem reclamar, reclamem com o juiz Sérgio Moro que grampeou até a Presidenta Dilma, divulgou e ficou por isso mesmo.

Mas a colunista da massa cheirosa não consegue, ela própria, ver quem inaugurou e levou ao paroxismo este “império da arapongagem”.

“A Lava Jato é um orgulho nacional e continua firme, forte e nos calcanhares de quem tem de estar”(…)Se há erros, ou excessos, podem e devem ser corrigidos pelos seus próprios agentes.

Se não fosse trágico, seria cômico. Não houve e não há qualquer punição a estes “erros e excessos” e toda a meganhagem se sente livre para fazer o que quiser.

Aliás, até  escroques grosseiros como Joesley Batista e o tal Ricardo Saúd gravam, filmam e dizem que na delação de Lúcio Funaro vão aparecer mais uns filmezinhos de roubalheiras.

O vale -tudo está aí para quem quiser ver.

A presidenta foi grampeada, o presidente foi gravado e agora grampeia o ministro e o procurador geral entra na roda, grampeando e grampeado.

Viramos o país da meganhagem.

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