12/12/2016
O que preserva Lula é aquilo que ele representa
Por Fernando Brito

Em primeiro lugar, por afirmar o que muitos já se aperceberam: longe das eleições, pesquisas de intenção de voto estão longe de serem ferramentas para prever o resultado das urnas.
Limitam-se, como na frase batida, a “traçar um retrato do momento”, porque ela é o desenho da superfície de fenômenos muito mais profundos da vida social.
Mas, olhando o quadro de hoje, subscrevo tudo o que Costa Pinto diz:
“O DataFolha é uma devastação contra as lideranças que se insurgiram e conseguiram depor a presidente eleita em 2014. Lula cresce e se descola de todos os adversários, em todos os cenários, nos ensaios de 1° turno. Por que? Ora, porque o país sabe, ainda, que apesar de tudo e contra todos os enredos maltraçados até aqui, Lula tinha e sempre teve um projeto na cabeça – distribuição de renda e redução da pobreza. A ferro e fogo, entregou isso.”
Quem ocupa a cadeira de presidente da República tem de ter um projeto para o país, e quem faz política tem de ter um projeto. Qualquer um, bom ou ruim. Tem de ter sonhos, também. Dilma não tinha projetos nem sabia jogar o jogo de Brasília, por isso caiu. Mas o Brasil carece, também e ainda hoje, de um norte claro e de liderança legitimada para conduzi-lo.
Depois de registrar que não crê, nem de longe, que um segundo turno eleitoral pudesse se dar entre Lula e Marina Silva – uma evidência que não precisa de grandes argumentações – Luís Costa Pinto “lacra” – como diz a garotada – seu breve comentário com uma sentença para a qual bato palmas, de pé:
O Datafolha é uma pá de cal com sal nos que urdem, diuturnamente, estratégias para desconstruir um mito sem esgrimir sequer um esboço de projeto nacional.
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