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14/10/2015
Dilma denuncia “golpismo escancarado” e diz que tentativa de impeachment é contra Bolsa Família e salário mínimo; acusa oposição de espalhar “ódio e intolerância”
Viomundo - publicado em 13 de outubro de 2015 às 22:21
por Luiz Carlos Azenha

“Eu sou presidenta porque fui eleita pelo povo em eleições lícitas. Eu sou presidenta para defender a Constituição e a democracia tão duramente conquistada por todos nós”, afirmou a certa altura.
Na audiência, além de sindicalistas, estavam os ex-presidentes Lula e Pepe Mujica, do Uruguai.
A presidenta disse que a hora é de unidade e convocou os presentes a lutar pela democracia.
Acusou a oposição de jogar “sem nenhum pudor” no quanto pior, melhor; “pior para a população, melhor para eles”.
Dilma disse que, através das redes sociais e da mídia, os golpistas “espalham o ódio e a intolerância”.
A essa altura, foi interrompida pelo público, que gritou “Fora Rede Globo, o povo não é bobo”.
Ela afirmou que a oposição quer “encurtar seu caminho ao poder” usando fórmulas artificiais.
“A vontade de produzir um golpe é explícita”, denunciou.
Segundo Dilma, a tentativa de golpe não é contra ela, mas contra o projeto de inclusão social do PT, o Bolsa Família, o Minha Casa, Minha Vida e os aumentos do salário mínimo.
“A sociedade brasileira conhece os chamados moralistas sem moral”, disse, alegando que parte disso se deve às políticas dos governos Lula e Dilma de fortalecer os órgãos de combate à corrupção.
Perguntou: “Eu me insurjo contra o golpismo e suas ações conspiratórias. Quem tem força moral, reputação ilibada e biografia limpa para atacar minha honra? Quem?”
A presidenta não fez menção explícita ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que acordou com a oposição um rito que facilitaria o impeachment de Dilma. Cunha é acusado de ter abastecido contas secretas na Suiça com dinheiro de corrupção no esquema investigado pela Operação Lava Jato.
Dilma lembrou que não há acusação formal contra ela e que as chamadas “pedaladas fiscais” foram atos administrativos utilizados por todos os governos que a antecederam.
Ao encerrar, citou Pepe Mujica: “Esta democracia não é perfeita, porque nós não somos perfeitos.
Mas, temos de defendê-la para melhorá-la, não sepultá-la”.
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