09/06/2061
Temer sabe lidar com bandidos e precisa salvar Cunha para manter seu governo respirando. Por Kiko Nogueira

“A independência entre os poderes faz com que essa pergunta não possa ser respondida pelo governo e, sim lá pelo Legislativo”, afirma.
“Interferência do governo é zero. O interesse que se tem hoje é que as instituições funcionem e a Câmara dos Deputados está funcionando normalmente.”
Padilha falava sobre a abdução de Tia Eron, do PRB, na votação do Conselho de Ética. Na véspera, ele e o presidente do partido de Tia Eron, ministro Marcos Pereira, se reuniram.
A sessão foi suspensa quando se notou que, com a ausência dela, quem votava era o suplente pau mandado de Cunha.
A oposição, sedizente preocupada com a operação, quer um encontro com Temer para ouvir mais mentiras. Ele mente, os outros fingem que acreditam.
A lealdade a Cunha passa pelo serviço prestado na aprovação do impeachment na Câmara, mas trata-se principalmente de uma questão de sobrevivência de Temer.
Em dezembro, ele arquivou um pedido de afastamento de Michel Temer baseado na assinatura de pedaladas. Sua ascendência sobre a Câmara é enorme e escandalosa.
Cunha sempre operou para os deputados (numa delação premiada, ele aparece junto à OAS pedindo dinheiro também para o atual ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves). Pode inviabilizar votações. E pode, eventualmente, cair atirando.
Teori Zavascki levou cinco meses para acatar o pedido de afastamento do homem da presidência da Câmara. Nesse período, ele obteve a medalha de ouro do impeachment.
Se mantiver o padrão, Teori vai se omitir até o resultado no Conselho de Ética. Enquanto isso, Cunha continua fazendo o que sempre fez, impunemente, e com todo o apoio da gangue de Temer.
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