07/06/2016
Não basta prender e cassar Cunha: é imperioso devolver a Dilma o que lhe foi tirado por uma conspiração de ladrões. Por Paulo Nogueira
Do Diário do Centro do Mundo - Postado em07 Jun 2016

Isso não deve sair das vistas dos brasileiros neste momento em que fica ainda mais aguda a crise política e moral nacional.
O impeachment é Cunha. É tão viciado, tão canalha, tão desonesto, tão mentiroso quanto Cunha.
Suprimir Cunha, mas manter sua obra magna no campo do gangsterismo, o impeachment, é uma insanidade. É fazer uma obra vital apenas pela metade. É promover somente 50% de justiça num caso que clama 100% ou mais.
Cunha é o símbolo supremo de um sistema político putrefato. Foi eleito pelo dinheiro da plutocracia e fez do Congresso um meio de se tornar abjetamente rico.
Importante lembrar: não fossem as autoridades suíças, que deram de bandeja às brasileiras as provas de contas milionárias de Cunha no exterior, ele seguiria impune. A plutocracia protege os seus: Cunha durante trinta anos foi blindado pela mídia.
E Cunha não é só Cunha. Como foi dito numa das conversas gravadas por Machado, “Temer é Cunha”. São almas gêmeas. Várias coisas os unem. Por exemplo, a Libra, empresa de logística que opera no porto de Santos.
A Libra colocou 591 mil reais na conta da senhora Cunha. Foi doadora expressiva de Temer. E aliados de Temer concederam uma mamata inédita para a Libra: renovaram sua concessão no porto de Santos mesmo com as dívidas da empresa com a União.
Cunha é o impeachment e é Temer.
Tudo isso posto, repito: será um serviço incompleto, miseravelmente incompleto, cassar e prender Cunha sem reparar o mal maior que ele produziu: o afastamento de Dilma e a incineração de 54 millhões de votos.
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